A partir desta quinta-feira (20), o Museu Nacional Honestino Guimarães inaugura duas novas exposições – Liberdade e Sudário -, ambas do artista plástico Carlos Vergara.
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A primeira, denominada Liberdade, retrata a demolição do Complexo Penitenciário Frei Caneca, criado no período do Império, em 1833, para receber criminosos. O local também servia de instrumento de coerção social ao receber escravos e mendigos, além de ser o destino de presos comuns e políticos no período da ditadura de Getúlio Vargas e no regime militar de 1964 a 1985.
A mostra é formada por painéis fotográficos e por portas gradeadas das celas Complexo Penitenciário Frei Caneca, recolhidas após sua implosão, em março de 2011. Até sua total desativação e demolição, o presídio era um dos mais antigos do Brasil.
De 1937 a 1945, no período do Estado Novo de Getúlio Vargas, o local recebeu presos políticos, como Olga Benário, Mario Lago e Graciliano Ramos.
Liberdade é um contraponto à Sudário, resultado de várias viagens de estudo do artista pelo país e pelo mundo. \”Afinal, só viaja quem está livre\”, afirmou o artista. A exposição Sudário é formada por monotipias em lenços, pinturas, fotografias trabalhadas em 3D real e virtual, além de vídeos e instalações.
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Sudário é um pano que antigamente se usava para limpar o suor. O mais célebre é o Sudário de Turim – uma relíquia cristã que supostamente teria envolvido o corpo de Jesus Cristo.
Utilizando uma prática já presente em sua obra, a monotipia, Carlos Vergara imprime em lenços vestígios dos diversos territórios por onde passou ao longo de sua carreira. Em Sudário, serão apresentadas obras realizadas em lugares como Índia, Capadócia, Cazaquistão, Londres, Pantanal, São Miguel das Missões e Salvador.
ARTISTA – Carlos Vergara estreou em 1965, na mostra Opinião 65, junto a outros nomes expoentes da arte brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Influenciado por Iberê Camargo, as pinturas do artista se aproximavam do neo-expressionismo, que só se tornaria moda na Europa dez anos mais tarde. Durante os anos 70, o foco do artista passa a ser o Carnaval.
Na década seguinte, ele abandonou as imagens de festa e vida urbana e começou a estudar monotipias com intervenções próprias no interior de Minas Gerais. As viagens pelo Brasil passaram a ser referência nas obras. Os trabalhos contrapõem pinturas delicadas e sem espessura com fortes contrastes cromáticos e acumulação de pigmentos em camadas.
SERVIÇO:
Sudário e Liberdade
Local: Museu Nacional – Complexo Cultural da República
Data: 20 de março a 11 de maio
Visitação: de terça a domingo, das 9h às 18h30
Entrada: gratuita e livre para todos os públicos
Telefones: (61) 3325-5220 e 3325-6410