Clubes, atletas, entidades e autoridades públicas condenaram os ataques racistas sofridos pelo atacante Vini Jr, em partida do campeonato espanhol. Chamado de “macaco” e expulso de campo por reagir a um golpe ‘mata-leão’ de um adversário, o brasileiro fez um forte desabafo nas redes sociais e sinalizou que pode deixar o Real Madrid.
Em nota assinada pelo presidente Ednaldo Rodrigues, a CBF prestou solidariedade ao jogador e enfatizou que “a cor da pele não pode mais incomodar”. “Não há alegria onde há racismo”, diz outro trecho. A CONMEBOL, entidade que gere o futebol sul-americano, também repudiou o episódio por meio de comunicado oficial: “Futebol é sinônimo de igualdade e respeito dentro e fora do campo”.
Neymar postou uma mensagem de apoio ao amigo e companheiro de Seleção Brasileira: “Tô contigo, Vini Jr”. O craque francês Mbappé endossou o discurso. “Você não está sozinho. Estamos com você e vamos te apoiar”, escreveu o atleta do PSG. Já Richarlison demonstrou revolta com a situação. “Sempre fizeram de tudo para evitar que o preto chegasse ao topo. Mas nunca vão derrubar quem nasceu para ser grande. A história se esquece dos ratos e agiganta quem luta contra essa gente ruim”, publicou o atacante do Tottenham.
O Flamengo, clube formador de Vini Jr, criticou a omissão de quem deveria “impedir que isso se repita”, em referência ao presidente de La Liga, Javier Tebas. “Violência por ser quem é. Violência repetida, recorrente. Violência quando a vítima é alvo, violência quando a vítima reage e denuncia a injustiça”, escreveu o time carioca nas redes sociais. Das 20 equipes da Série A, todas, com exceção de Bahia e Internacional, saíram em defesa do jovem de 22 anos.
O Ministério da Igualdade Racial garantiu que irá notificar autoridades espanholas e La Liga. “O governo brasileiro não tolerará racismo nem aqui nem fora do Brasil! Trabalharemos para que todo atleta brasileiro negro possa exercer o seu esporte sem passar por violências”, disse a pasta. Em coletiva no Japão, após participar de reuniões do G7, o presidente Lula cobrou providências da Fifa “para não deixar que o racismo tome conta do futebol”.