Do maior número de medalhas conquistadas em uma mesma edição de Jogos Olímpicos à temporada gloriosa do Botafogo, 2024 foi marcante para o esporte brasileiro. Confira nesta retrospectiva os principais momentos em que o torcedor brasileiro sorriu ou chorou ao longo do ano.
Elas brilharam na Cidade Luz
Pela primeira vez na história com uma delegação formada por maioria feminina, o Brasil brilhou nas Olimpíadas de Paris e subiu 20 vezes ao pódio. As três medalhas de ouro foram conquistadas por mulheres: Rebeca Andrade (ginástica artística), Beatriz Souza (judô) e a dupla Ana Patrícia e Duda (vôlei de praia).
Houve ainda sete pratas, entre elas a de Caio Bonfim, atleta da marcha atlética nascido em Sobradinho, e dez bronzes, como o da judoca ceilandense Ketleyn Quadros, na categoria “equipes mistas”.
Canarinho (muito) pistola
Ao contrário das demais modalidades olímpicas, o futebol de seleções teve um ano para esquecer, deixando o canarinho ainda mais “pistola”. Entre os homens, o Brasil sequer conseguiu vaga em Paris 2024, foi eliminado no Mundial sub-20 para Israel, caiu diante do Uruguai na Copa América e terminou o ano com a pior campanha do século nas Eliminatórias, em quinto lugar de um total de dez seleções.
Já o selecionado feminino deu mais orgulho e levou a prata nos Jogos Olímpicos, após perder a final para os Estados Unidos, no jogo que marcou a despedida de Marta com a amarelinha. Isso se ela não mudar de ideia, já que a Fifa confirmou, em maio, que a próxima Copa do Mundo será disputada em terras tupiniquins, em 2027.
Domínio carioca
No universo de clubes, o futebol do Rio de Janeiro reviveu os tempos áureos, ou melhor, os tempos de Botafogo. O time fez subir a pressão dos alvinegros mais experientes ao levantar o troféu inédito da Libertadores e voltar a vencer o Campeonato Brasileiro, após 29 anos. No Mundial de Clubes, entretanto, o Glorioso sucumbiu ao Pachuca, do México, nas quartas de final.
Rival do Botafogo, o Flamengo ergueu a Copa do Brasil pela quinta vez, sob o comando de Filipe Luís, ao derrotar o Atlético Mineiro. Uma reviravolta para quem sofreu com muitas lesões no elenco, acumulou polêmicas dentro e fora das quatro linhas, trocou de técnico no final de setembro e viu Gabigol, ídolo que ganhou 13 títulos com a camisa rubro-negra, se despedir da Gávea.
A volta de um gigante
O Santos, que nunca havia jogado a Série B, encerrou um dos capítulos mais vergonhosos dos seus 112 anos e voltou à elite do Brasileirão. Ao lado dele subiram Mirassol, estreante na primeira divisão, Sport Recife e Ceará. Em compensação, Athletico Paranaense, Criciúma, Atlético Goianiense e Cuiabá foram rebaixados para a Segundona.
Legado eterno
Em 2024, também nos despedimos de grandes nomes do esporte mundial, mas que permanecem vivos em forma de legado. Em janeiro, Mario Jorge Lobo Zagallo nos deixou, aos 92 anos.
O Velho Lobo, como era conhecido, estava em campo nos dois primeiros títulos mundiais do Brasil: na Suécia-1958 e no Chile-1962. Em 1970, no México, participou da conquista do tri como treinador, e do tetra, nos EUA-1994, como auxiliar de Carlos Alberto Parreira.
Dois dias depois de Zagallo, outra lenda foi convocada para o andar de cima. Franz Beckenbauer, que faleceu aos 78 anos, levou a Alemanha ao topo duas vezes: 1974 (como jogador) e em 1990 (como técnico).
Maguila nocauteado
Nos ringues, José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, perdeu a luta, em outubro, aos 66 anos, para uma doença degenerativa causada pelas repetidas lesões na cabeça — ele competiu profissionalmente ao longo de 17 anos e foi campeão mundial de boxe, em 1995.
Outro ícone que irá inspirar gerações é Amaury Passos, um dos maiores jogadores do basquete brasileiro, morto aos 89 anos, em dezembro. Ele foi peça-chave na era de ouro da bola laranja, com dois títulos mundiais em 1959 (Santiago) e 1963 (Rio), sendo eleito o melhor do torneio nas duas oportunidades. Além disso, fez parte dos bronzes olímpicos em Roma-1960 e em Tóquio-1964.