Nesta quinta-feira (18) o Tribunal do Júri do Riacho Fundo condenou Gleiciane Oliveira de Lira a 13 anos e nove meses de reclusão pelo homicídio de Mickael Santos Vieira, com golpe de faca no pescoço, porque não queria ser beijada por ele. A ré foi condenada por homicídio qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima e foi admitido o privilégio da violenta emoção, logo após a injusta provocação da vítima. Cabe recurso da decisão.
Segundo os autos do processo, a morte ocorreu em abril de 2015, ao fim de uma festa na casa de um amigo dos envolvidos. Em um momento da madrugada o homem tentou beijar a acusada que recusou a investida e disse que, se ele fizesse uma nova tentativa, cortaria o pescoço dele \”igual se corta o pescoço de uma galinha\” – a frase é citada no processo. Já pela manhã, quando eles estavam sozinhos na sala da casa, o homem insistiu no beijo e levou uma golpe de faca no pescoço. Ele morreu no local, minutos depois.
Para o juiz, a vítima pode ter contribuído à eclosão do evento, tentando beijar e agarrar a ré, porém, visto que Gleiciane já havia ameaçado de cortar o pescoço de Mickael, teve muitas oportunidades de sair do local para não ser molestada, até porque morava bem perto e poderia ter gritado ou pedido por socorro, visto que havia outras pessoas no apartamento, mas não o fez.
Em liberdade
O juiz fixou o regime fechado para o início do cumprimento da pena e ressaltou: \”A condenada teve inicialmente decreto de prisão, que foi revogado, com fixação de medidas cautelares e assim veio ao julgamento\”. \”Somente em razão de uma gravidez de risco e por conta da filha ter nascido com problemas de saúde é que foi revogada a sua prisão preventiva, fundamentos que ainda persistem, enquanto a prole tiver tenra idade, bem como porque alega estar novamente grávida, de forma que, excepcionalmente, permito que recorra em liberdade\”, salientou o magistrado.