A mulher do ex-governador Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, se apresentou agora à tarde à 7ª Vara Federal Criminal, na presença de advogados. A Justiça Federal no Rio de Janeiro decretou hoje (6) a prisão preventiva de Adriana, acusada de crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. A Polícia Federal esteve na casa dela para cumprir o pedido de prisão, no Leblon, zona sul do Rio, mas não a encontrou.
Na mesma decisão que determinou a prisão de Adriana, o ex-governador virou réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e organização criminosa.
As denúncias são fruto da Operação Calicute, desdobramento da Operação Lava Jato, que desvendou esquema de corrupção e fraudes envolvendo funcionários públicos de alto escalão, grandes empreiteiras, pessoas físicas e jurídicas especializadas na lavagem de dinheiro, além de políticos. Cabral está preso desde de 17 de novembro, acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e organização criminosa.
Desvios milionários – Na decisão, o juiz federal Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, acatou a denúncia do Ministério Público Federal, ao citar que Adriana Ancelmo ocultava os recursos recebidos indevidamente pelo marido, ajudando-o a desviar milhões de reais dos cofres públicos, por meio da estrutura de seu escritório de advocacia
“A requerida, advogada de grande prestígio no meio forense, não está sendo investigada pela prática de atos que ela teria cometido no exercício de função pública, e sim por participar de uma grande organização criminosa”, disse o magistrado.
No fim de novembro, o juiz já havia determinado o bloqueio de bens de Adriana e do escritório de advocacia Ancelmo Advogados, de propriedade dela.
Acordos de delação premiada de executivos da empreiteira Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia afirmaram que o esquema era liderado por Cabral que cobrou propina de quase todas as grandes obras públicas de construção civil realizadas pelo governo do estado. A prática dos delitos, segundo o MPF, teve início no primeiro mandato de Sérgio Cabral, em 2007, acusado de liderar o esquema formado pelos executivos das empreiteiras organizadas em cartel, por gestores públicos do governo estadual, operadores financeiros.
A Operação Calicute, desencadeada no dia 17 de novembro, prendeu Cabral e oito pessoas ligadas a ele. Adriana Ancelmo foi alvo de condução coercitiva, no dia da prisão do marido, quando prestou depoimento na sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio e em seguida foi liberada. Os agentes federais também cumpriram mandado de busca e apreensão no Escritório Ancelmo Advogados.
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