Na edição de domingo (23), do Correio Braziliense, o artigo “Parabéns, Brasil!”, de Jane Godoy, editora da coluna 360 Graus, merece aplausos dos leitores pela abordagem da vergonha nacional diante do mar de lama político divulgado diariamente pela mídia, que ameaça afogar nosso País.
Oportunamente, Jane plasmou com palavras a manifestação da vontade ferrenha de “se eu pudesse, se fosse mais novo ou, se não tivesse mais filhos para criar, me mudaria daqui para bem longe, onde ninguém deverá me reconhecer como brasileiro”.
Como jornalista, ela descreveu a “fisionomia tristonha e acabrunhada”, de uns; e de outros “com aquele semblante enfurecido e revoltado”, no que se refere às pessoas com quem cruzamos nos supermercados, nas filas do cinema e nas esquinas das ruas movimentadas.
Aproveitou para lembrar que este país-continente completou, no dia anterior, sábado, 22 de abril, nada menos de 517 anos de descoberto. E faz indagações, sem respostas convincentes:
“Será que alguém se lembrou disso? Será que os jovens aprenderam na escola a importância dessa data? Será que ainda sabem quem descobriu o Brasil?”.
Sobre a recente lista de centenas de políticos candidatos a curtir uma longa temporada na cadeia, ela prefere omitir os nomes, “por julgar este espaço domingueiro muito precioso para ser desperdiçado com eles”.
E opta pelos qualificativos da moda: classificando-os como corruptos, pagadores e solicitadores de propinas, delatores, golpistas, mentirosos, entre outros adjetivos “impublicáveis”.
Após convocar os cidadãos e cidadãs de bem para dizer aos nossos adolescentes e jovens que eles não devem nunca usar os exemplos políticos publicados no noticiário da imprensa, essa “enxurrada de lama que colocam dentro de nossas casas”, a articulista afirma:
“Vou, sim, meu Brasil, reverenciar você pelos 517 anos, tentando abrigar gente boa e honesta”.
E conclui em apoteose: “Me perdoe, Brasil, se pensei tantas vezes em deixá-lo! Mas meu coração e meu sangue brasileiros continuam pulsando e circulando em minhas veias, enchendo-me de fé e de esperança, porque agora eu tenho certeza de que “diante disso e depois disso”, como disse Rui Barbosa: um dia tudo haverá de melhorar”.
Obrigado, Jane Godoy. Inspirado em você, eu também peço perdão ao Brasil!
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