Nos anos 1970, o presidente Ernesto Geisel cassou o mandato do deputado Alencar Furtado, e este, nas eleições do ano seguinte, indicou seu filho Heitor Alencar para substituí-lo. Eleito, e cumprido o mandato, Heitor preparava-se para a reeleição quando foi assassinado. O velho Alencar logo deduziu, tratar-se de crime político.
Quando do julgamento, no entanto, qual não foi a surpresa geral quando a defesa apresentou uma carta de Heitor, recebida pelo médium mineiro Chico Xavier, na qual ele inocentava o assassino, afirmando ter sido morto por engano. O réu foi absolvido pelo júri.
Tempos depois, em Mato Grosso, o fato se repetiu. A defesa anexou aos autos carta do \”morto\”, recebida por Chico Xavier, também inocentando seu assassino, que foi absolvido.
No último dia 18 de março, em Uberaba-MG, o também médium mineiro Carlos Bacelli, à maneira de Chico Xavier, recebeu uma mensagem do \”morto\” Joãozinho Bicheiro, inocentando seu algoz, Juarez Guide. Joaozinho atribuiu a culpa pelo seu assassinato a ele mesmo, por ter \”agido com ignorância, ódio e ciúmes ao ver a ex em companhia de Juarez\”. A exemplo dos dois casos narrados anteriormente, o réu também foi absolvido.
Deveria a Justiça aceitar a mensagem de um \”morto\” como prova? Regra geral, não. Mas, vinda de médiuns de reputação ilibada, que militam há muito na área, tais como, Chico Xavier, Divaldo Franco e Carlos Bacelli, no mínimo, deve-se discutir a possibilidade da autenticidade da mensagem.