J.B. Pontes – Advogado (*)
A atitude prepotente, autoritária e dissimulada do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, que insiste em negar a veracidade dos diálogos que estão sendo divulgados pelo site The Intercept Brasil que escancaram a verdade do que realmente aconteceu no desenvolvimento da Lava Jato, é uma manipulação da opinião pública, numa tentativa de salvar-se a si próprio e os resultados alcançados por meios ilícitos naquela operação.
Arrogantemente ele continua a exercer um cargo público, exatamente o que deveria apurar as ilicitudes por ele cometidas quando juiz, quando deveria afastar-se para permitir uma apuração dos fatos ilegais apontados. Só assim demonstraria um mínimo de decência e respeito para com a sociedade brasileira.
Na realidade, a farsa da lava jato, agora claramente demonstrada pelos diálogos publicados pelo Intercept, torna público que Moro, na condução daquela operação, agiu vigorosamente, juntamente com o Ministério Público, exercendo uma função de coordenador da acusação e não de juiz, violando todos os princípios legais e constitucionais que regem o processo judicial, especialmente na área criminal: presunção da inocência, princípio da legalidade e princípio do devido processo legal, todos visando assegurar aos cidadãos um julgamento justo e imparcial.
Além do mais, crescem as suspeitas de que a Lava Jato foi idealizada pelo império (EUA) e realizada, dentre outros objetivos, para atender interesses daquele país, no sentido de intensificar a dominação deles sobre os recursos naturais do Brasil, especialmente as enormes jazidas de petróleo do pré-sal, descobertas pela Petrobrás com os nossos recursos, fato já consumado.
A ida de Moro aos EUA, imediatamente após o início da divulgação dos diálogos comprometedores de sua atuação como juiz reforçou sobremaneira as suspeitas de que atuou em cambalacho e que ele buscava apoio e ações do império para salvar a operação e os resultados alcançados.
O comportamento vergonhoso do ex-juiz Moro, que continua a negar o que está claro e evidente, cada vez mais aprofunda a imensa divisão da sociedade brasileira, radicalizando ainda mais as posições antagônicas: de uma lado, os moro-bolsonaristas, que idiotizados permanecem na defesa de um governo que prima, entre outras mazelas, pelo entreguismo, pelo totalitarismo e se aproxima de uma ditadura militar. E que, além do mais, indubitavelmente só defende os interesses do mercado e que quer, a todo custo, aprovar uma reforma da Previdência em prejuízo das camadas mais vulneráveis da população.
Do outro estão aqueles que lutam pela preservação dos valores republicanos, democráticos e constitucionalistas, contra o qual o governo atual e seus seguidores mantêm um ódio visceral, acusando a todos, indistintamente, de petistas e comunistas. E essa situação mais e mais se aproxima de desaguar numa guerra civil que, ao que tudo indica, é o que quer o governo de plantão.
Assim como a Lava Jato não teve juiz, mas tão somente acusadores, também nessa verdadeira guerra civil que está prestes a se estabelecer no Brasil, não haverá vencedores, pois a vitória será, com certeza, do império, os Estados Unidos da América.