Asmac teme que especulação imobiliária invada área que pertence à Residência Oficial do governador
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A Associação de Moradores de Águas Claras – Asmac – vai reapresentar ao Governo do Distrito Federal (GDF) o abaixo-assinado entregue em 2011 ao ex-governador Agnelo Queiroz reivindicando a anexação ao Parque Ecológico de Águas Claras de parte do terreno da Residência Oficial do chefe do Executivo local. Antes, a entidade pretende retomar a mobilização da comunidade e ampliar o número de signatários da reivindicação.
A Asmac voltou a trabalhar na causa a partir da reportagem publicada na edição 191 do Brasília Capital – “O Parque ficou pequeno” – mostrando o aumento vertiginoso do número de frequentadores daquela unidade e o perigo da presença de vários tipos de atividades esportivas no mesmo espaço. “O parque precisa ser ampliado. A grande quantidade de pessoas utilizando a pista de Cooper, quadras e academias oferece riscos de acidentes”, afirma o presidente da Asmac, José Júlio de Oliveira.
O abaixo-assinado de 2011 tinha mais de 4 mil assinaturas, mas foi “engavetado” por Agnelo Queiroz. A expectativa dos moradores é de que novo governo atenda aos anseios da comunidade de Águas Claras, construindo novos equipamentos, como pistas de skate e patins, ciclovia e uma área exclusiva para quem leva animais de estimação para o Parque. “A convivência desses usuários com idosos e crianças que caminham pela pista de Cooper é um perigo. A qualquer momento pode acontecer algum acidente”, argumenta o morador Cláudio Bastos.
A principal reclamação dos moradores é a inutilidade da área destinada à Residência Oficial, que poderia dar lugar a esse novo espaço do Parque. Além da ampliação da área de lazer, com essa medida poderia ser criado um novo acesso à EPTG, para melhorar o caótico trânsito de Águas Claras, semelhante às pistas do Parque da Cidade, no Plano Piloto, que desafogam a Asa Sul.
O Instituto Brasília Ambiental (Ibram) afirma não ter previsão de mudança na área do Parque, mas admite que o número de usuários chega a 8 mil pessoas nesse período de férias, tornando os equipamentos insuficientes. Por isso, a Asmac considera a medida indispensável para a manutenção da qualidade de vida da população da cidade e para a segurança dos usuários do Parque. “Já sofri um acidente grave andando de bicicleta e sei do perigo que é”, completou Cláudio Bastos.
Perigo
A Residência Oficial possui uma área equivalente à metade do Parque de Águas Claras, com 450.000 m². O temor dos moradores é que a área se torne alvo da especulação imobiliária, o que comprometeria ainda mais a qualidade de vida da população. “Por não ser uma área de preservação ambiental, não há garantia de que ela, no futuro, seja licitada e transformada em novas projeções comerciais e residenciais”, afirma José Júlio.
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Corretores consultados pelo Brasília Capital dizem que os prédios mais próximos ao Parque são mais valorizados. Apartamentos de luxo, com cerca de 200 metros quadrados nessas quadras chegam a custar em torno de R$ 1,5 milhão. Eles dizem que a Residência Oficial é a “Terra Prometida” para os empresários, que só esperam uma oportunidade para plantar ali novos arranha-céus.