Escola Meninos e Meninas do Parque – Foto: Agência Brasília
Sinpro-DF
Dia 15 de dezembro foi a formatura dos alunos da Escola Meninos e Meninas do Parque. A diretora Amélia Cristina conta que o evento representou muitas vitórias individuais e coletivas. “Para quem dorme sob as estrelas e só as vê no céu, fechar um processo de ensino-aprendizagem e seguir para o próximo passo é muito significativo”.
A EMMP é uma referência no País pelo trabalho com pessoas em situação de rua. Ela acolhe, oferecer educação de qualidade e contribui para assegurar o seu direito a uma vida digna. “Trabalhamos com pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social, e muitas apresentam deficiência cognitiva e sofrimento psíquico. A lei e as estratégias da EJA nos garantem a possibilidade de adaptar o currículo conforme a necessidade de cada um deles”, destaca Amelinha.
Em 2022, a EMMP obteve a autorização para oferecer o terceiro segmento de EJA. Isto representou uma vitória, pois alguns estudantes, ao chegar perto da fase de conclusão do segmento, passam a protelar a saída da escola. Com a abertura do terceiro segmento, essa realidade mudou.
A professora lembra que são pessoas em situação de rua, que carregam o pouco que têm em carrinhos de supermercado (cobertores, roupas, itens de uso pessoal), e às vezes não têm onde tomar banho. “Aqui eles encontram educação formal, pertencimento e uma forma de ocupar a mente”.
Outra vitória este ano foi a conquista do primeiro lugar do Plano Piloto no 11º Circuito de Ciências; e terceiro lugar distrital. Um dos formandos se destacou no desenvolvimento do projeto premiado, que se referia a uma horta coletiva, cultivando, também, o compromisso de cada um e com as sementes que germinariam. “As sementes dão frutos. A EJA planta sementes, possibilitando que as pessoas resgatem seus sonhos por meio da aquisição de conhecimento formal, adaptado à realidade de cada um (a)”, complementa a professora.
A diretora do Sinpro Regina Célia avalia que “o trabalho desenvolvido pela EMMP tem especial importância no que se refere às medidas que devolvam a cidadania dessas pessoas, principalmente num momento em que vemos um grande aumento da população em situação de rua, causado pela crise econômica, preconceito e políticas públicas frágeis”.