Ana Mendonça
Audiência pública realizada no dia 22 de outubro para debater a criação de uma Rua de Lazer em Águas Claras gerou forte reação entre os moradores da cidade. O encontro (presencial e virtual), promovido pela Administração Regional, no Centro Universitário Unieuro, aprovou a instituição de um espaço público voltado ao lazer e à convivência.
A votação considerou votos presenciais e online e terminou com aprovação da proposta por diferença de apenas três votos. Porém, parte da comunidade alega que a maioria dos participantes se manifestou contra a iniciativa e cobra que o GDF, em vez de avançar no projeto, concentre esforços em obras estruturais e na conclusão do Parque Central local.
REAÇÃO – Durante a audiência, o administrador regional Gilvando Galdino afirmou que o objetivo é ampliar os espaços de convivência, garantindo que o local de implementação da Rua do Lazer será definido em comum acordo com a comunidade. Mas a reação nas redes sociais os moradores demonstraram descontentamento com o resultado.
“Ninguém que mora em Águas Claras quer essa Rua do Lazer. Já temos lazer suficiente no parque. O que queremos mesmo é a concretização do Parque Central”, escreveu a geógrafa Clarisse Lacerda. E complementa: “Participei da audiência. Não teve um morador sequer a favor. Todos os que apoiaram eram empresários e trabalhadores que não residem aqui”.
Outros moradores destacaram problemas em obras já concluídas e pediram foco em manutenção e acessibilidade. “Já são quase três semanas que os cadeirantes precisam disputar acessos com os carros na Praça Quero-Quero, de onde tiraram as rampas. Salvem a praça antes de pensar em fazer novas coisas mal-feitas”, criticou Rodrigo de Faria.
NEGLIGÊNCIA – Apesar das críticas, a Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras (Amaac) se diz favorável à criação da Rua do Lazer, desde que o projeto seja instalado em um ponto com melhor infraestrutura. O presidente da entidade, Roman Cuattrin, explicou que a iniciativa é uma obrigação legal prevista no Decreto nº 43.485, mas que foi negligenciada por administrações anteriores.
“A Rua do Lazer é uma obrigação legal, conforme o decreto, e deve propiciar a prática de caminhada, skate, bicicleta, apresentações artísticas e culturais, artesanato e comidas típicas. É um espaço de convivência da comunidade. Muitos administradores têm negligenciado a realização dos eventos, que deveriam acontecer aos domingos e feriados”, afirmou Cuattrin.
A Amaac defende, ainda, que a implantação ocorra na Boulevard Sul, entre as ruas Pitangueiras e Buritis, por conta da localidade e influência comercial. “O local atual não tem infraestrutura, nem comércio por perto. No Boulevard Sul haveria ganhos para o comércio e impactos quase imperceptíveis no trânsito”, completou Cuattrin.