O Sindicato dos Bancários de Brasília e o Movimento “Juros Altos, Povo Lascado” realizaram um ato contra os juros altos na terça-feira (28), em frente à sede do Banco Central. A atividade contou com lideranças da categoria e de movimentos sociais.
A política de juros altos, imposta pelo BC, tem causado grandes entraves à economia. Primeiro, desvia recursos do setor produtivo para a especulação nacional e internacional. Em consequência, impede a geração de empregos e provoca o endividamento das famílias, principalmente as mais pobres, devido ao aumento do custo do crédito.
Essa política também faz com que os ricos fiquem mais ricos, aumenta a dívida pública e impossibilita que o governo desenvolva ações de distribuição de renda e redução das injustiças sociais.
Luta dos trabalhadores – Em 1º de janeiro, o presidente Lula deu posse ao novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, mandato que irá até 31 de dezembro de 2028. O ex-chefe do BC, Campos Neto, nomeado pelo governo anterior tinha compromissos claros com os poderosos, chamados como “mercado”, assim escondendo os nomes dos rentistas, especuladores e banqueiros. Com Galípolo, é preciso dar uma virada na política de juros altos, atualmente em 12,25%.
Documento – Durante o ato, o Sindicato dos Bancários de Brasília protocolou um documento junto ao BC pelo SEEB com os seguintes itens: Segundo citação do novo presidente “o BC não hesitará, se necessário, a perseguição da meta, fazer uma elevação de juros”. Essa política, aplicada de 1970 a meados de 1990, provocou o aumento da concentração de renda devido à inflação alta.
A atual política do BC tem se pautado em perseguir a meta de inflação – via elevação e juros, a despeito das reconhecidas consequências para a imensa maioria da população e para o País.
Luta dos trabalhadores – A defesa de um Banco Central mais democrático e harmonioso no relacionamento com os demais órgãos do Estado, diz o documento do SEEB, observando os impactos das decisões tomadas e a necessária coordenação e articulação da política monetária com as demais políticas macroeconômicas, é determinante para o desenvolvimento nacional e o avançar na justiça social.
Mobilização – O presidente do SEEB, Eduardo Araújo afirmou: “protocolamos um documento do Sindicato em que apontamos os diversos problemas que os juros altos acarretam ao Brasil desde a década de 1970, como isso afeta o povo brasileiro e coloca mais dinheiro no bolso dos ricos. Queremos a democratização do Conselho Monetário Nacional e a participação do povo na tomada de decisões, e não apenas que os ricos tenham influência. Iniciamos uma série de lutas até baixar os juros”.
André Constatine, do Movimento “Juros Altos, Povo Lascado”, disse que “compreende que o novo presidente do BC não pode manter a política de juros altos. A mobilização nas ruas é a única saída para enfrentar essa situação. Estamos rodando o Brasil para mobilizar o povo para o enfrentamento ao rentismo, o novo modelo do imperialismo. Não queremos apenas que o BC baixe os juros, mas que esteja à disposição do povo brasileiro”.
Ao longo dos dois primeiros anos do governo Lula foram realizadas inúmeras mobilizações contra os juros altos impostos pelo BC. Agora, com um presidente indicado pelo atual presidente, com a maioria no Copom e a pressão permanente dos poderosos, a mobilização da classe trabalhadora e do povo terá papel fundamental.
O SEEB seguirá a mobilização da categoria e de outros setores da classe trabalhadora e da população. É preciso fazer uma mudança profunda na política econômica, assegurar que se efetive novas e melhores condições de vida a todo o povo brasileiro.