A ministra da Saúde, Nísia Trindade, visitou, quarta-feira (31), a tenda de acolhimento e atendimento de pacientes com suspeita de dengue em Ceilândia (DF). Ao conversar com pacientes e profissionais da estrutura montada pelo Governo do Distrito Federal no centro da cidade, Nísia reiterou que o ministério está em constante monitoramento e alerta quanto ao cenário epidemiológico da doença em todo o País, e que esta atenção não é diferente no Distrito Federal.
Nísia afirmou que o Ministério da Saúde monitora o cenário epidemiológico da dengue em todos os municípios brasileiros e coordena uma série de ações para o enfrentamento das arboviroses no País. Destacou, ainda, que o importante é a união de esforços de todas as esferas de governo e, especialmente, da população, para conscientização sobre as medidas de prevenção. A principal delas, na visão da ministra, é o controle de focos de reprodução do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, da zika e da chicungunha.
Outra medida importante é a vacinação contra a dengue. Para Nísia, ela significa esperança diante da explosão de casos da doença no país, mas não é a solução para o atual cenário epidemiológico, em razão da quantidade do imunizante disponibilizada pelo laboratório fabricante – cerca de seis milhões de doses, suficientespara imunizar três milhões de pessoas, já que o esquema vacinal completo é feito com duas doses.
“A vacina é nosso instrumento de esperança em relação a um problema de saúde pública que tem quase 40 anos. Finalmente, temos vacina. Temos que celebrar. Mas, a vacina, no quantitativo que o laboratório tem hoje para nos entregar e sendo uma vacina de duas doses, numa situação como a que vivemos, não pode ser apontada como solução. Se o Ministério da Saúde fizesse isso, ele estaria errado. [A vacina] não pode ser apontada como solução para este momento”, afirmou.
Controle – “Neste momento, temos que lidar, principalmente, fazendo o controle dos focos e cuidando de quem adoece por dengue. Essas são as medidas. A vacinação vai seguir todos os critérios de prioridade que já divulgamos amplamente, definidos junto a estados e municípios, priorizando uma faixa da população. A faixa mais vulnerável é a população idosa, mas não temos vacina autorizada para essa faixa. Por isso eu digo: a vacina é um instrumento. Não é o único e não é o de maior impacto neste momento.
DF tem 97% dos leitos ocupados
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal trabalha para aumentar o giro de leitos de UTI e ampliar o atendimento na capital da República. Na quarta-feira (31) pela manhã, 97%, segundo o painel de monitoramento Info Saúde. 97% dos leitos estavam ocupados.
A pasta atua com revisão de contratos para ampliação do número de vagas e negocia com hospitais privados para a disponibilização de leitos. Em último caso, a Secretaria pode direcionar pacientes de fraturas para aguardar cirurgias e outros procedimentos em casa.
“Estamos trabalhando para que haja um maior giro de leitos, para que possamos ampliar os nossos contratos já existentes da rede suplementar. Podemos ativar os contratos e aumentar o número de leitos com a rede privada, por exemplo”, disse a secretária Lucilene, que acompanhou a comitiva de Nísia Trindade em Ceilândia.
Segundo ela, caso necessário, a Secretaria poderá retirar os pacientes ortopédicos, principalmente de fraturas de membros superiores, e agendar o retorno deles para ter o leito disponível. “Não estou dizendo que vai acontecer, mas é um caminho que pode ser seguido”, explicou.
“A cada seis horas a gente reavalia os pacientes e muitos têm alta ou são direcionados para outro tipo de assistência. Nosso trabalho é reforçar para a população que aos primeiros sintomas procure as Unidades Básicas de sSúde ou as tendas de atendimento”, disse.
As tendas de atendimento do DF estão montadas ao lado das administraçõesregionais de Ceilândia, Samambaia, Sol Nascente, Brazlândia, Taguatinga, Santa Maria, Recanto das Emas, São Sebastião, Estrutural e Sobradinho e vão funcionar inicialmente por 45 dias.