Sob a batuta do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e seguindo os conselhos do mercado, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) decidiu manter o Ministério das Minas e Energia separado da pasta da Infraestrutura. A equipe de transição também está com diálogo avançado com o ex-secretário-executivo do MME no governo Michel Temer, Paulo Pedrosa, para assumir o cargo.
Paulo Pedrosa integrou a equipe do ex-ministro e deputado federal Fernando Coelho Filho (DEM-PE) de maio de 2016 e abril de 2018. Ele participou de reunião com a equipe de transição na sexta-feira (9) e conversou com o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão na terça-feira (13), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde ocorrem os trabalhos da equipe de transição.
Profissionais do mercado de energia e investidores dão como certa a nomeação de Pedrosa para o MME. O ex-secretário-executivo, no entanto, diz não ter recebido um convite formal para integrar o governo Bolsonaro. \”Fui avisado de que meu nome tem condições de ser submetido a Bolsonaro. Eu teria capacidade técnica, assim como outras pessoas, e fico honrado em saber que a equipe considera que sou um profissional que merece ser ouvido neste momento\”, afirmou.
Aceleração – O objetivo de acelerar gradualmente a abertura do mercado de energia já está ocorrendo no governo Temer, mas para os investidores cobram mais incentivo e agilidade.
A proposta liderada pelo Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase) sugere uma gradual abertura do mercado de energia até 2026, quando a expectativa é de que qualquer consumidor atendido com tensão igual ou superior a 2,3 kilovolt (kV) poderá aderir e investir no segmento.
O texto não apresentou uma data para abertura aos consumidores residenciais, o que, segundo a proposta, depende de um estudo mais aprofundado.
Perfil – Paulo Pedrosa tem vasta experiência no setor energético. Foi diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), presidiu a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), trabalhou na Eletronorte e na Chesf, do sistema Eletrobras.
Também foi conselheiro do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), do Conselho de competitividade do Plano Brasil Maior e do Conselho das Indústrias Reguladas da Associação Comercial do Rio de Janeiro.
É graduado pela Universidade de Brasília. No setor privado passou pela Equatorial Energia, pela Cemar e pela Light. Mesmo com o apoio de grande parte dos empresários, Paulo Pedrosa é visto como um nome essencialmente técnico.