A capital federal foi tomada por milhares de manifestantes nesta terça-feira (29). Os motivos dos protestos vão desde a PEC do Teto dos Públicos, que tramita no Senado, cobrança de moradia, demarcação de terras indígenas ao preço do frete para caminhoneiros.
Na Esplanada, um grupo de vândalos chegou a pichar o Museu Nacional da República e o Ministério da Educação com mensagens contrárias ao governo do presidente Michel Temer. Eles sequer foram identificados, já que a Polícia Militar chegou depois, mas a corporação informou ter prendido três pessoas com socos ingleses nas proximidades.
Os manifestantes são guiados por trio elétrico, de onde são puxados gritos como “Ocupa tudo contra a PEC do fim do mundo” e “Não vai ter PEC”. Senadores iniciaram há pouco a apreciação, em primeiro turno, da Proposta de Emenda Constitucional 55/2016, que limita, por 20 anos, os gastos públicos.
Para evitar mais problemas com a segurança, a via S1 foi fechada para veículos, da altura da alça leste da Rodoviária até o Congresso Nacional. Apenas será permitido o trânsito de ônibus e dos carros de funcionários dos ministérios ao final do expediente. A opção aos motoristas é passar pela via S2, atrás dos ministérios.
Sem-teto – Em defesa de moradia, cerca de 200 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), de diversos estados, se reuniram em frente ao Ministério das Cidades, no Setor de Autarquias Sul .
Os manifestantes chegaram por volta das 15h e um grupo deles foi recebido, meia hora depois, pelo chefe de gabinete do ministro Bruno Araújo. Eles querem a reabertura da modalidade \”Entidades\” do programa Minha Casa, Minha Vida, que está suspensa. Também reivindicam a retomada de moradias que, segundo eles, foram contratadas pela ex-presidente Dilma Rousseff e revogadas na gestão Michel Temer.
Flechas na Esplanada – Com lanças, arcos e flechas, índios Munduruku, do Pará, protestaram nesta manhã em frente ao Ministério da Justiça para cobrar a demarcação da Terra Indígena Sawré Muyby. Foram fincadas 180 flechas no gramado, como símbolo do prazo, encerrado ontem, que o governo federal teria tido para anunciar a demarcação. As flechas estavam em frente a um letreiro vermelho e de madeira que trazia a mensagem \”demarcação já\”.
O grupo, com 80 manifestantes, também se expressou contra a construção de hidrelétricas no Rio Tapajós, que alegaria parte dos territórios dos Mundurukus, no sudoeste do Pará.
Caminhoneiros – Cerca de 200 caminhoneiros se reuniram no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha. Eles pretendem permanecer até amanhã para pressionar o Congresso a dar celeridade à tramitação do Projeto de Lei (PL) 528, dos deputados Assis do Couto (PDT/PR) e Celso Maldaner (PMDB/SC), que está paralisado nas comissões do Senado.
O PL estabelece o chamado “Piso Mínimo de Frete”, que permite ao Governo Federal a implantação mínima do frete em caráter obrigatório no País. O objetivo é a criação de uma tabela mínima que favoreça o setor de transporte rodoviário e que cubra, no mínimo, o custo efetivo do frete.
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