No transcurso desta minha longa vivência como repórter, entrevistei todos eles, avatares do Espiritismo e porta-vozes de almas do outro mundo (quem quiser acreditar, acredite!), cada qual marcando presença por seu estilo de fazer o bem, sem olhar a quem, tentando seguir os passos de um Mestre chamado Jesus: Zé Arigó, Tia Neiva, Chico Xavier, João de Deus e Divaldo Franco. Estes dois últimos ainda não desencarnados e atraindo multidões para, se possível, solicitar uma consulta espiritual para resolver problemas físicos que a Medicina convencional não conseguiu curar. O primeiro, transformando uma cidadezinha goiana chamada Abadiânia em extensão internacional, com a abertura de agências bancárias para cambiar dólares e euros, além de uma rede de pequenos hotéis e pousadas. E o segundo, lotando espaços de enormes auditórios (a exemplo do que aconteceu na semana passada, aqui em Brasília) para ouvir prédicas inspiradas.
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Embora não professe a Doutrina divulgada por Alan Kardec, baseada no Evangelho cristão, me afeiçoei a todos esses cinco abnegados apóstolos do Bem, por admirar suas práticas de fazer caridade e (por que não dizer?) curar doentes, sem cobrar consultas. Mas de quem mais me aproximei, podendo mesmo chamá-lo de amigo, foi do mineiro Francisco Cândido Xavier, mais conhecido carinhosamente por Chico Xavier, a quem entrevistei umas seis vezes (ou mais), desde o nosso primeiro encontro, em abril de 1959, quando ele deixou sua cidade natal, Pedro Leopoldo, e se instalou em Uberaba, até desencarnar, em 2 de julho de 2002, aos 92 anos, ainda lúcido e trabalhando, espiritualmente. Vale a pena registrar que na referida data, enquanto o Brasil todo comemorava o pentacampeonato mundial de futebol, a população de Uberaba chorava a morte de Chico, que psicografara 420 títulos de livros espíritas em vários idiomas e deixara, integralmente, essa herança bilionária de direitos autorais aos pobres e desamparados.
Baixinho, rodeado de luz, sua figura inesquecível visita, com certa assiduidade, minha memória. E, sem nenhum prurido de vaidade, acho que era inteiramente correspondido em meu grande e especial afeto. Todas as vezes que nos encontrávamos, Chico Xavier me abraçava suavemente e me segredava ao pé do ouvido dádivas espirituais, que até hoje me acompanham como se fossem bênçãos.