Vinte e uma licitações estão previstas até agosto de 2017 para modernização da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF). Enquanto essas melhorias não ocorrerem, os brasilienses sentirão, diariamente, o drama de uma viagem nos horários de pico em um transporte com tecnologia dos anos 80. A constante falta de refrigeração nos vagões, lentidão e problemas de operação nos trens, combinados com a falta de funcionários nas estações são os ingredientes que apimentam essa receita, que não está sendo bem digerida pela população.
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Os últimos episódios refletem a necessidade de uma modernização do transporte. Após um dos trens apresentar falhas no sistema pneumático, que é responsável pela abertura de portas e freios, passageiros da composição que estava atrás reclamavam do calor e acionaram o dispositivo de segurança. O problema ocorreu às 17h30 do dia 3 e atrasou toda a operação, já que foi preciso tirar a energia dos trilhos para que os passageiros saíssem com segurança. O resultado foi 24 estações fechadas das 19h às 20h. Seis trens acabaram depredados.
O transporte sobre trilhos é a principal alternativa para quem mora em Ceilândia, Samambaia, Taguatinga e Águas Claras e trabalha no Plano Piloto. A falta de estacionamento e de ônibus para o Setor Comercial Sul é um problema para o empresário Pedro Dias, que mora em Águas Claras e depende do Metrô para chegar ao seu escritório. Entretanto, as viagens diárias se tornaram um transtorno. “Se o futuro do transporte público depende do Metrô, ele está comprometido. Há quatro anos vejo a qualidade do serviço cair e nada ser feito”, diz o empresário.
Manutenção
O consórcio responsável pela manutenção do Metrô é o Metroman, constituído pelas empresas Serveng-Civilsan S.A Empresas Associadas de Engenharia e MGE-Equipamentos e Serviços Ltda, que faz manutenções corretivas e preventivas, além de fornecer materiais. Entretanto, o consórcio opera o sistema desde novembro de 2013 e a falta de concorrência nas licitações abre brecha para possíveis irregularidades. O Tribunal de Contas do Distrito Federal apontou um sobrepreço de 40% no edital de licitação da companhia.