O menino de 6 anos baleado na última sexta-feira (6) por um policial civil do Distrito Federal em uma rodovia em Águas Lindas de Goiás saiu nesta quarta-feira (11) do coma induzido, e já não respira por aparelhos. A informação foi divulgada nesta tarde pelo Hospital Santa Helena, onde a criança segue internada.
“O estado de saúde do paciente ainda é grave, mas estável. Ele apresentou melhora nas últimas 24 horas e não necessita mais do auxílio de aparelhos para respirar. O paciente permanece na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI)”, diz o boletim médico do hospital assinado pelas médicas Alzira Santos e Séfora Almeida.
A criança foi vítima de um disparo após uma confusão de trânsito. Segundo a mãe da criança, Paula Caxias, o policial civil Sílvio Moreira Rosa baleou o menino após tentar provocar um acidente de trânsito. Ele fugiu em seguida e foi encontrado pela polícia horas depois pela polícia e pelo pai da criança.
O menino sofreu uma lesão cardíaca por causa da bala e, na madrugada de sábado (7), passou por uma cirurgia torácica que durou sete horas. Por causa das lesões, ele precisou ser sedado. Com a melhora, a equipe médica começa a acordá-lo aos poucos. Só então, os especialistas poderão avaliar se houve sequelas.
Policial preso
Silvio Moreira Rosa, de 54 anos, foi preso e levado à Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) de Águas Lindas e depois transferido para Goiânia. Dentro do carro dele foram encontrados o distintivo profissional de policial civil e uma caixa de isopor com cerveja.
O homem é agente penitenciário no Centro de Progressão Penitenciária do DF. Ele já havia sido demitido da corporação em 2001 por tentar fraudar a própria aposentadoria ao simular um acidente. Mas conseguiu voltar ao trabalho 13 anos depois após uma decisão judicial.
No último dia de governo de Agnelo Queiroz, o policial foi reintegrado no cargo de agente penitenciário, com todos os direitos restabelecidos. Antes disso, em outubro de 2014 o policial foi nomeado para o GDF para o cargo de assessor do núcleo de acompanhamento dos projetos de deputados.
Em nota, o advogado do ex-governador afirmou que as decisões de Agnelo foram tomadas “com base em pareceres e instruções processuais”. “Após analisar a situação, Agnelo deve ter chegado à conclusão que não havia motivo para demitir o policial”, diz o comunicado.
Além da tentativa de fraudar a própria aposentadoria, Silvio também se envolveu em outras ocorrências, como abuso sexual, injúria, perturbação de sossego e violência doméstica. Em nota, a Polícia Civil informou que “o teor do processo disciplinar, bem como o das ocorrências relacionadas a violência doméstica e sexual, tem caráter sigiloso”.
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