Segundo o pai do autor, identificado como Omar Mateen, a causa não foi religiosa e sim homofóbica. Massacre foi o segundo maior atentado da história dos Estados Unidos, atrás apenas do 11 de setembro
Um atirador identificado como Omar Mateen abriu fogo dentro de uma famosa boate gay em Orlando, na Flórida (EUA), na madrugada deste domingo (12), matando 50 pessoas e deixando outras 53 feridas. O atentado ocorreu na boate Pulse, conhecida por promover eventos voltados ao público LGBT. O autor, norte-americano de 29 anos que já era investigado pelo FBI, foi morto em troca de tiros com a polícia.
Em entrevista à TV NBC, o pai do suspeito descartou motivações religiosas e apontou para a homofobia. \”Isto não tem nada a ver com religião\”, afirmou, acrescentando que seu filho ficou transtornado, há mais ou menos dois meses, quando viu dois homens se beijando durante uma viagem a Miami. \”Peço desculpas pelo incidente. Não éramos conscientes de que estivesse premeditando algum tipo de ação. Estamos em estado de choque da mesma forma que todo o país\”, disse.
Este foi o maior massacre nos Estados Unidos desde o atentado de 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center. O número de mortos ainda pode subir devido à gravidade do estado de saúde de alguns feridos. A Pulse promove festas e eventos de conscientização e ativismo LGBT. A casa noturna é considerada a 8ª melhor balada gay de Orlando.
O presidente americano Barack Obama afirmou que o massacre poderia ter ocorrido em qualquer comunidade dos Estados Unidos e disse que \”este é um dia especialmente doloroso para os nossos amigos que são gays, lésbicas, bissexuais ou transgêneros\”. Em pronunciamento feito hoje após os ataques, Obama disse ainda que foi um ato \”de terror e de ódio\”. O presidente voltou a condenar a livre comercialização de armas no país, alertando para o fato de que o armamento usado pelo assassino é legalizado.
O massacre reacende a discussão sobre a homofobia. As 50 vítimas representam o ápice de uma tragédia anunciada que espalha sangue e terror por todo o mundo. O Brasil, por exemplo, é o país que mais mata travestis e transexuais em todo o Globo. São 600 mortes em seis anos, segundo relatório publicado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Um porta-voz do FBI disse que o caso está sendo investigado como possível ato de terrorismo. As autoridades, porém, apuram se foi um ato de terrorismo doméstico ou internacional, ou, ainda, se foi mais um caso chamado \”lobo solitário\”, quando um terrorista age por conta própria.
O Estado Islâmico publicou uma foto do autor do crime em sua conta no Twitter, mas não assumiu responsabilidade pelo ato.