Um crime que aconteceu há 20 anos e que envolveu a cúpula política e fazendeiros de Unaí (MG), a 250 Km de Brasília, teve um final justo. Desde o sábado (16), a ordem judicial de prender todos os envolvidos começou a ser cumprida, quando o ex-prefeito Antério Mânica entregou-se à polícia.
Ele foi condenado a 64 anos de prisão como mandante da chacina que vitimou três auditores fiscais do trabalho e um motorista do Ministério do Trabalho. Os quatro foram mortos quando investigavam uma denúncia de trabalho análogo à escravidão em fazendas da família Mânica. Antes, na quinta-feira (14), havia sido preso José Alberto de Castro, acusado de ter contratado os executores do crime.
Histórico – A chacina de Unaí aconteceu no dia 28 de janeiro de 2004. As vítimas, Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares, Nelson José da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram atraídas para uma emboscada e não tiveram como se defender. Além de estarem desarmados, foram levados para uma região erma no nordeste de Minas Gerais, onde foram executados.
Os irmãos fazendeiros Norberto e Antério Mânica pegaram mais de 50 anos de prisão, recorreram da pena e vinham respondendo em liberdade até o último fim de semana, quando o TRF 6 de Minas Gerais determinou a prisão imediata dos condenados a mais de 15 anos de prisão. Norberto está foragido.