A partir deste ano, o diagnóstico da obesidade passará por uma significativa reformulação, deixando de se basear exclusivamente no Índice de Massa Corporal (IMC). Há muito tempo, o uso apenas do IMC vinha sendo criticado por especialistas, pois, sem levar em consideração a composição corporal, ele não representa, isoladamente, uma avaliação precisa do risco metabólico.
Um exemplo clássico são os fisiculturistas ou atletas com alta massa muscular, que podem ter um peso elevado, segundo o IMC, mas não apresentam riscos à saúde. O novo entendimento e recomendação para o diagnóstico da obesidade, de forma global, já era esperado pela comunidade científica e por profissionais que trabalham com obesidade.
Com as novas diretrizes, serão incorporadas medidas complementares, como a circunferência da cintura e a relação cintura-quadril, que permitirão uma avaliação mais detalhada do excesso de gordura corporal e de seus impactos na saúde. Essa mudança possibilitará diagnósticos mais personalizados e intervenções preventivas mais eficazes.
Indivíduos que, pelo IMC, não seriam classificados como obesos, mas que apresentam acúmulo de gordura abdominal perigoso, poderão ser identificados e tratados precocemente, reduzindo os riscos de doenças como diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares.
Para os nutricionistas, a atualização representa uma oportunidade de aprimorar ainda mais as estratégias de prevenção e tratamento da obesidade. Com uma avaliação mais detalhada da composição corporal, será possível desenvolver planos alimentares e de atividade física mais adequados às necessidades individuais de cada paciente, aumentando a eficácia das intervenções nutricionais.
Além disso, a mudança reforça o papel essencial dos nutricionistas como profissionais indispensáveis no combate à obesidade e na promoção de hábitos saudáveis. Sociedades científicas destacam que essa redefinição do diagnóstico é um divisor de águas na compreensão e no manejo da obesidade.
Reconhecendo a obesidade como uma doença crônica e multifatorial, o novo modelo também permite diferenciar casos de obesidade clínica e pré-clínica, promovendo abordagens terapêuticas mais específicas e assertivas.
Essa evolução beneficiará tanto os profissionais de saúde quanto os pacientes, consolidando a importância de uma visão ampliada e cientificamente embasada sobre o tema.