O senador Magno Malta (PR-ES), que chegou a ser cotado para vice de Jair Bolsonaro (PSL) mas não se reelegeu este ano, esteve em todos os palanques presidenciais desde a campanha de Lula (PT), em 2002. Agora sem mandato, busca formas de continuar atuando no Executivo na equipe do presidente eleito.
Em seu site oficial, Malta publicou, terça-feira (29) matéria em que é chamado de “homem de confiança do Presidente”. Cita trecho de uma fala de Bolsonaro, em um vídeo às vésperas da eleição: “Ele (Malta) estará comigo, sim, no Palácio do Planalto. Afinal de contas, é um grande homem e um grande valor”.
No dia 15 de outubro de 2017, o senador publicou em seu canal no YouTube um vídeo, ao lado do deputado federal Fabinho (MDB-MG), aliado próximo de Michel Temer, em que se diz contra a reforma da Previdência. Os dois dizem que ela é “necessária, mas não é o momento”.
Logo após Temer assumir o mandato, em 2016, recebeu uma visita de Malta. O presidente disse, à época, ao senador: “Preciso de seu auxílio para pacificar o país. É momento de unidade e fraternidade”. Malta respondeu: “o governo (Temer) tem vontade política de sanear o Brasil e promover o desenvolvimento para acabar com o caos instalado pelo governo do PT”.
No mesmo site consta uma matéria de 2010 com o título “Lula e Dilma agregaram para o Espírito Santo”. Na reportagem assinada por sua assessoria de imprensa, uma fala de Magno Malta no lançamento de sua campanha à reeleição naquele ano dizia que “eles (Lula e Dilma) já conseguiram retirar mais de 20 milhões de brasileiros da miséria depois da criação do Programa Bolsa Família”.
Últimos dias – Aproveitando seus últimos dias como senador, Magno Malta enviou emendas ao projeto que modifica a Lei Anti-Terrorismo, do senador Lasier Martins (PSD-RS), que pretende inserir na legislação penas de 12 a 30 anos de prisão para condutas como incendiar, depredar, saquear, destruir ou explodir meios de transporte ou qualquer bem público ou privado, além dos atos de interferir, sabotar ou danificar sistemas de informática ou bancos de dados.
Como relator do projeto, Malta apresentou emenda para modificar o dispositivo que conceitua o terrorismo, ao estabelecer a caracterização da prática também por “motivação política, ideológica ou social”.
Temor – Parlamentares contrários temem que a proposta viabilize a criminalização dos movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) ou de movimentos estudantis que ocupem reitorias, por exemplo.