Um bebê de um ano e três meses de idade era criado, segundo vizinhos, em uma gaiola de madeira no Parque Sol Nascente, zona rural de Luziânia (GO), Região Metropolitana do Distrito Federal. A mãe da criança, A., 37 anos, de origem extremamente pobre, alega que a deixou ali uma única vez, enquanto cuidava de afazeres domésticos.
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A imagem da vizinhança, de onde partiu a denúncia, é desoladora. Esgoto a céu aberto, terra vermelha e muita poeira são o piso para barracos. Há arames e buracos por todos os lados. Seis integrantes da família da criança dividem o espaço entre pedaços de madeirite embaixo de um teto de zinco.
“A mãe deixa a criança pela manhã, tira para amamentar e coloca de volta. Eles fazem isso desde que o menino começou a andar, em abril”, disse uma mulher, que vive em um barraco no mesmo terreno. A mãe da criança confirma que a caixa – com cerca de 1 m² – foi construída pelo marido, C., ajudante de Pedreiro, para conter o filho.
Para o cunhado da mãe, o menino passou “alguns minutos” ali no sábado porque ele é muito inquieto. “Se deixar solto, ele não para quieto, quebra tudo. Poderia correr e ser atropelado na rua”, ressalta M., 45 anos, vigilante.
Todos os integrantes da família defendem a atitude. “A caixa foi feita para a criança”, confirma outro morador do mesmo barraco. Ele fala com naturalidade que “não via problema” em deixar a criança naquela situação.
Apesar de o JBr. não ter conseguido contato com o Conselho Tutelar, os parentes da criança informaram que agentes da instituição estiveram no local ontem para instruir a família a registrar o bebê, que ainda não possui certidão de nascimento.