Os autores da ação popular que derrubou o decreto do governador Ibaneis Rocha (MDB) que permitia a abertura gradual do comércio foram ameaçados pelas redes sociais. Integrantes do grupo que forma o Manifesto Pela Vida foram xingados e chamados de “estrume”. E ainda foram marcados em vídeos com afirmações de que “levariam porrada”.
Os vídeos gravados por pessoas que defendem a volta dos serviços incitam a violência, principalmente contra o advogado e ex-candidato ao Senado pelo PSol Marivaldo Pereira. O juiz que concedeu a sentença, Daniel Carnacchioni, também foi ameaçado. O professor de Caratê Gustavo Sampaio afirmou em um vídeo que “se um desses passa na minha frente agora, meto a porrada”.
Além de Marivaldo, o jornalista Hélio Doyle, o cientista político Leandro Couto e o integrante do Conselho de Saúde, Rubens Bias Pinto, foram os autores da ação popular atendida pelo Juiz. Eles pediram a intervenção do Judiciário para impedir a reabertura dos estabelecimentos até que sejam apresentados os estudos que demonstram a ausência de riscos para a população.
No Instagram, um proprietário de academia, identificado como FelipeHM, marcou Marinaldo em uma publicação onde afirmava que pedia a Deus para encontrá-lo um dia na rua. “Marivaldo e companhia, aquela galera da esquerda de Brasília, foram alegar que tem gente morrendo. Gente morrendo tem sempre, desde que o mundo é mundo. Vai pegar uma areazinha e vai parar tudo por causa disso? Cala a boca! Isso aqui tá parecendo um circo, seu hippie de merda”.
No mesmo vídeo, Felipe diz que vai chamar os seguidores dele para intimidar Marivaldo pessoalmente. O advogado registrou queixa na delegacia. Por meio de um vídeo, ele tentou explicar que a ação era para preservar vidas diante da pandemia e que o governador Ibaneis Rocha (MDB) precisaria apresentar um documento de que haveria leitos para as pessoas se tratarem em caso de aumento no número de casos.
Mesmo assim, as ofensas não pararam. Na manhã desta sexta-feira (10), as mensagens foram apagadas das redes sociais dos dois homens. No entanto, a Polícia Civil já está com o material em mãos e investiga o caso.