O presidente Lula está no Japão acompanhado de ministros e dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, para ampliar parcerias comerciais na Ásia e reduzir a dependência do Brasil em relação à China e aos Estados Unidos.
Um dos principais focos é destravar a exportação de carne bovina, já que o mercado japonês restringiu a entrada do produto brasileiro por exigências sanitárias. Hoje, os asiáticos importam cerca de 70% da proteína animal que consomem dos Estados Unidos e da Austrália, movimentando US$ 4 bilhões ao ano.
“O objetivo da visita é dar impulso a setores prioritários, sem deixar de olhar para os novos. A gente tem como base essa boa relação de vínculos humanos, econômicos, mas queremos avançar. Uma das nossas expectativas é a abertura do mercado japonês para produtos brasileiros, especialmente carne bovina e suína in natura”, ressaltou o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores.
A comitiva brasileira também tem a missão de apresentar o potencial do etanol brasileiro. Isso porque o Japão ainda tem 90% da sua matriz energética baseada em combustíveis fósseis e busca alternativas para descarbonizar a economia.
A cooperação em ciência, tecnologia e inovação é outra prioridade da agenda bilateral. Entre as áreas mais promissoras, estão tecnologias da informação e das comunicações, tecnologia aeroespacial, robótica, materiais avançados e ciências médicas.
RELAÇÕES COMERCIAIS — Em 2024, as nações registraram intercâmbio comercial de US$ 11 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 146,8 milhões. O Brasil exporta, principalmente, carne de aves (frescas ou congeladas), alumínio, carne suína, celulose, café não torrado e minério de ferro. Já as importações são compostas por partes e acessórios de veículos automotivos, instrumentos e aparelhos de medição, motores de pistão e outros produtos ligados à indústria de transformação, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Lula visita Japão para ampliar exportações de carne bovina e etanol
Governo brasileiro quer estreitar laços comerciais e reduzir dependência em relação à China e aos EUA
