Filomena Machado
O governo se prepara para a batalha que irá definir os rumos da nova gestão durante os próximos dois anos. No atual cenário político, com um país dividido, a disputa pelos comandos da Câmara dos Deputados e Senado só perdem em relevância para a própria eleição presidencial, na qual Lula derrotou Bolsonaro.
Na Câmara, tudo aponta para uma vitória sem maiores sobressaltos de Arthur Lira (PP). Político habilidoso e experiente em manejar acordos, apesar de ter atuado como aliado de Bolsonaro, sempre que os interesses da Câmara confrontavam o Planalto, aquela foi privilegiada por Lira.
No pleito de amanhã, o que se espera avaliar é o tamanho da força do atual presidente: projeta-se que ele atraiu o apoio de 20 partidos, de todos os espectros políticos, que pode render mais de 450 votos ao deputado por Alagoas.
O PT, por sua vez, aprendeu com a eleição de Eduardo Cunha e, pelo menos por ora, ao apoiar a candidatura de Lira se afasta de qualquer risco de ter um presidente da Câmara francamente hostil ao partido e ao governo.
Já no Senado, o caminho se mostra bem mais tortuoso para Rodrigo Pacheco (PSD). Com Rogério Marinho (Republicanos) fazendo uma campanha agressiva, o atual presidente terá que contar votos para assegurar sua reeleição.
As projeções ainda indicam vitória de Pacheco. Porém, uma disputa muito acirrada com Marinho indicaria uma desidratação na sua influência e capacidade de articulação frente à bancada Bolsonarista, fortalecida após as eleições de 2022.
Pelo menos dois integrantes da bancada do Distrito Federal no Senado caminham para a candidatura de oposição: a senadora Damares Alves, que é do mesmo partido de Marinho; e o senador Izalci Lucas (PSDB), que declarou voto no candidato do PL.
Segundo Izalci, um indicativo de alinhamento de Pacheco com o governo Lula inviabiliza o seu apoio à candidatura do atual presidente.
Me preocupa esse apoio do governo (à candidatura do Pacheco). Como sou oposição a este governo que está aí, não comungo com as ideias deles, sempre fui oposição a eles, vou ter dificuldade em trabalhar em conjunto com eles. Serei oposição “
Senador Izalci Lucas
A Senadora Leila do Vôlei (PDT), por sua vez, deve apoiar a reeleição de Pacheco.