Presidente Lula – Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Orlando Pontes
Maior líder popular do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva assume pela terceira vez a presidência da República. No domingo (1º), ao participar do ritual de posse, que inclui a subida da rampa do Palácio do Planalto, festa e desfile em carro aberto pela Esplanada dos Ministérios, o petista cumpre um roteiro improvável para alguém que 25 meses antes estava preso.
Lula era candidato em 2018. No entanto, foi afastado da disputa ao ser condenado pelo ex-juiz do Tribunal Regional Federal de Curitiba, Sérgio Moro (hoje eleito senador), no âmbito da Operação Lava Jato. Após 580 dias preso, Lula foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte também considerou tendenciosa a atuação de Moro e do Ministério Público do Paraná.
Em liberdade desde 8 de novembro de 2019, Lula retomou as articulações políticas. Montou uma forte aliança de centro-esquerda – incluindo o apoio do ex-governador Geraldo Alckmin, que migrou do PSDB para o PSB e assumiu o posto de vice na chapa – e se classificou para disputar o segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL). À frente de uma frente ampla, venceu o segundo turno pela diferença de 2,1 milhões de votos (50,8%).
Embora o ocupante do cargo tenha relutado a reconhecer a derrota, Lula iniciou imediatamente a montagem da equipe com a qual inicia o governo. Ampliou de 23 para 37 o número de ministérios, acomodou na Esplanada todas as forças que o ajudaram a vencer o pleito e formou sua base de apoio no Congresso Nacional.
Bolsonaristas radicais, insuflados pelo silêncio suspeito de seu líder, tentaram anular o resultado das urnas, com bloqueios de estradas e acampamentos em portas de quartéis do Exército clamando por intervenção militar. Nada disso ocorreu. E Lula, seguindo o que seus simpatizantes cantam no jingle de campanha, já está lá.