Sinpro-DF
Luiz Inácio Lula da Silva venceu as eleições e governará o Brasil pela terceira vez, doze anos após ter deixado o cargo. O presidente eleito recebeu 60.345.999 votos dos brasileiros e brasileiras (50,9%), 2,3 milhões a mais que seu adversário – que se consagrou, no domingo (30 de outubro) o primeiro presidente a não alcançar a reeleição.
O Distrito Federal foi a unidade da federação onde Lula mais cresceu do primeiro para o segundo turno (12,28%), saltando de 649.534 para 729.295 votos. No geral nacional, Lula cresceu 5,39% do primeiro para o segundo turno. Além de vencer em quase todas as capitais do Nordeste, o petista também ganhou em cidades importantes, como São Paulo e Porto Alegre.
Lula recebeu os cumprimentos de diversos líderes mundiais, entre eles, Joe Biden (EUA), Emmanuel Macron (França), Alberto Fernández (Argentina), Pedro Sanchez (Espanha), Antonio Costa (Portugal) e Josep Borrell (União Europeia); além das manifestações vindas de México, Reino Unido, Equador, Canadá, Bolívia, Uruguai, Peru, Haiti, Panamá e muitos outros.
A comemoração marcou o fim da eleição mais polarizada e violenta da história do Brasil. Ao longo de 2022 repetiram-se episódios de violência, alguns deles terminando com mortes, como a do tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, e o trabalhador rural Benedito dos Santos, também eleitor de Lula.
No último dia de campanha, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) perseguiu um homem pelas ruas de São Paulo ameaçando-o com um revólver. Um segurança dela chegou a ser preso por ter efetuado disparo, mas pagou fiança e foi solto.
Em seu discurso de vitória, Lula reafirmou seu compromisso prioritário com o combate à fome e disse que governará para todos os brasileiros.
“Tenho fé que, com a ajuda do povo, nós vamos encontrar uma saída para que este país volte a viver democraticamente, harmonicamente. E a gente possa restabelecer a paz entre as famílias, os divergentes, para que a gente possa construir o mundo que nós e o Brasil precisamos”, disse.
O presidente eleito também se manifestou sobre a cultura do armamento, exaltada pelo seu adversário e aliados. “É hora de baixar as armas, que jamais deveriam ter sido empunhadas. Armas matam. E nós escolhemos a vida”, disse. “[O povo brasileiro] Quer livros em vez de armas”.
Para a educação, abre-se um novo período. “A eleição deste domingo marca a possibilidade concreta de superarmos esse momento tão difícil, em que os profissionais do Magistério tiveram que amargar uma dura criminalização do nosso papel na sociedade, além da profunda desvalorização e ataques aos nossos direitos”, destaca Cléber Soares, diretor do Sinpro. “Será um momento de reconstrução da sociedade e da democracia. Temos muita esperança, mas também muita luta a ser feita. Eé mais fácil fazer a luta num ambiente democrático”, completa.
Luciana Custódio, diretora do Sinpro, concorda: “Este novo ciclo abre caminhos para construirmos uma plataforma educacional que valorize e incentive a pesquisa, a ciência, a liberdade de cátedra. O golpe de 2016 veio para silenciar a classe trabalhadora, e agora voltamos a ter no horizonte uma perspectiva de futuro, associada ao emprego e à garantia de direitos”, encerra Luciana.