Diva Araújo e Orlando Pontes
A passagem de Luiz Inácio Lula da Silva por Brasília, na quarta-feira (12), marcou a largada da campanha da coligação Brasil da Esperança (PT-PV-PCdoB). A avaliação é do presidente do PT-DF, Jacy Afonso. “Lula é o nosso motor de arranque”, comparou. Também estavam no palanque os pré-candidatos ao Buriti pelo PSB, Rafael Parente, e pelo Psol, Keka Bagno e a pré-candidata ao Senado da federação PT-PV-PCdoB, Rosilene Corrêa.
Acompanhado do pré-candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o petista teve uma agenda intensa. Antes de chegar ao Centro de Convenções, por onde passaram mais de 10 mil pessoas para vê-lo e ouvi-lo, Lula se reuniu com empresários na sede da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Foi recepcionado pelo presidente da entidade, José Roberto Tadros, e pelos presidentes da Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, e do Sindivarejista, Sebastião Abritta.
Violência política
A vinda a Brasília foi a primeira aparição pública de Lula após o assassinato do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda. Por isso, o esquema de segurança pessoal dele e do acesso ao Centro de Convenções foi reforçado.
Em seu discurso, o presidenciável lembrou o crime cometido por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e recomendou: “Não quero ver ninguém aceitando provocação. São três meses em que vamos nos multiplicar nas ruas. Vamos continuar fazendo passeatas. Vamos ter de dar uma lição de moral, que nem o Gandhi deu”.
Lula destacou a importância do diálogo e fez duras críticas contra a violência política e as posturas de ódio propagadas pelos apoiadores de Bolsonaro. “Estão tentando fazer das campanhas eleitorais uma guerra. Estão querendo dizer que tem uma polarização criminosa. É interessante que o PT polariza as eleições para presidente desde 1994 e não tenho nenhuma história de violência em todas as campanhas de que participei”, destacou.
O petista recordou que quando perdeu para Fernando Collor voltou para casa e, embora lamentando a derrota, começou a se preparar para outra disputa. “Nunca, em nenhum momento, falei de violência em campanha”. E reforçou: “Não precisamos brigar. A nossa arma é a nossa tranquilidade. Não temos de aceitar provocação. Se alguém provocar vocês, mandem morder o próprio rabo”
Ele citou os ataques recentes que sofreu em Uberlândia (MG), no dia 15 de junho, no qual um homem comandando um drone despejou veneno sobre militantes que o aguardavam, e no Rio de Janeiro, onde um opositor atirou uma bomba caseira com fezes sobre os participantes.
“O mais grave aconteceu no domingo, quando o companheiro Marcelo Arruda, com a sua família, comemorava seu aniversário. E uma dessas pessoas, tomadas pelo ódio, pela loucura, pelo fanatismo ou pelo sectarismo invadiu o salão do dono da casa e o matou. Eu acho que a sociedade brasileira começa a perceber o que está em jogo”, enfatizou.
Frases de Lula
“O maior problema do teto no Brasil são as milhares de famílias que viraram sem teto nas grandes cidades, morando nas ruas. Esse é o teto que me preocupa”.
Sobre a Lei do Teto de Gastos
“O Brasil não pode ter algo chamado ‘orçamento secreto’. Eu quero que o País tenha um orçamento participativo, com as pessoas podendo participar pela internet, opinar sobre o destino dos recursos dos seus impostos”.
Sobre o Orçamento Secreto
“Acho triste, no Distrito Federal, com tantos servidores públicos, as pessoas votarem em alguém que desrespeitou tanto o funcionalismo como Bolsonaro”.
Sobre o apoio de servidores ao atual presidente
“Será um grande trabalho consertar o estrago que ele (Bolsonaro) fez no País: na questão ambiental, ao espalhar armas, atuando contra a ciência, a educação, contras nossas universidades”.
Sobre a herança que receberá o próximo presidente
“Em vez reduzir os preços dos combustíveis enfrentando a questão da paridade internacional dos preços da Petrobras, abrasileirando os preços dos combustíveis aos custos em real, monta esse pacote em cima de um calote nos governadores e prefeitos, tirando dinheiro da Saúde e Educação estados e municípios.
Sobre o Pacote de Bondades do governo
“Eu não quero ser candidato só do PT. Quero ser, junto com o Alckmin, candidato de uma aliança que, hoje, tem sete partidos, que tem apoio de pessoas de outros sete, e quero ser candidato de um movimento de reconstrução do Brasil para ser presidente de todos os brasileiros”.
Sobre a aliança com Geraldo Alckmin
“O Brasil precisa voltar a ter diálogo, ter paz e ter um presidente que trabalhe para resolver os problemas. É a isso que quero dedicar os próximos quatro anos da minha vida”.
Sobre a intransigência de Bolsonaro em dialogar com adversários políticos