Esta é uma história digna de filme, série ou qualquer coisa que o valha. Mas a verdade é que Luiz Perillo, arquiteto brasiliense de 35 anos, é um exemplo de brasilidade: não desiste nunca. Ele viveu impressionantes 870 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, após descobrir uma trombose, precedida de fortes dores na virilha.
Perillo tem 1,85m de altura e chegou a pesar 34 quilos. Além do problema de saúde que o levou ao hospital, ainda contraiu covid-19 no auge da pandemia, o que quase o levou a óbito. Mas ele resistiu quase dois anos e meio no hospital.
Durante todo esse período, esteve acompanhado por sua mãe, Jussara Martins, a Dona Ju. Ela abriu mão do conforto de sua casa, em Taguatinga Sul, e dormiu 810 noites numa poltrona. E Luiz acompanhou a saga mãe do leito da UTI.
“Quando chegamos no hospital, não era permitido acompanhante no setor de transplantes. Minha mãe passou dois meses em uma cadeira até que decidiu esticar um edredom no chão e dormir lá. Foi aí que viram que ela não desistiria de ficar comigo e nos arrumaram a poltrona ‘do papai’, onde ela ficou por todo esse tempo”, conta emocionado.
Depois de todo esse tempo de luta, Luiz recebeu alta e desde fevereiro deste ano não mora mais no hospital. Mas continua em São Paulo com tratamentos médicos e aguardando pacientemente um transplante multivisceral, uma intervenção médica complexa, que envolve a substituição de vários órgãos, como o estômago, fígado, pâncreas e intestino delgado.
“Tenho que estar por perto. Quando os órgãos chegarem, a cirurgia precisa acontecer o mais rápido possível. Não dá para estar em Brasília”, resigna-se.
DOE
Sua história o inspirou a criar a própria marca: Doe. Uma parte da arrecadação com as vendas de roupas e rifas pelo Instagram será destinada para campanhas de doação de órgãos. Para ele, a grande vilã de todo esse roteiro tenso não é a doença, e sim a desinformação.
“Há quem acredite na tese de tráfico de órgãos, o que é um absurdo, tendo em vista tudo o que envolve a doação e a recepção de órgãos. E essa mentira dificulta quem depende de uma doação para sobreviver”, ensina.
É com a venda das roupas da Doe e de rifas pelo Instagram que Luiz Perillo completa a renda da família que o ajuda a se manter em São Paulo à espera do conjunto de órgãos que o devolverão à rotina normal e, quem sabe, a possibilidade de retornar para Taguatinga.
E enquanto esta história que você acaba de ler não chega à Netiflix, compre as rifas e roupas da Doe e do Luiz e o ajude!
Se não puder comprar, divulgue. É de graça.
Se não puder divulgar, faça o certo: não espalhe fake news e incentive a doação de órgãos.