Além da mala com R$ 500 mil, que compromete o presidente Michel Temer (PMDB) nas denúncias pelas quais a Câmara dos Deputados proibiu a investigação, há pelo menos mais cinco provas com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal (PF) que podem incriminar Temer.
A mala – que foi citada pelo diretor-geral da PF, Fernando Segóvia – foi carregada pelo ex-deputado e ex-assessor direto do presidente Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e continha R$ 500 mil. Ele foi flagrado correndo com a quantia milionária na saída de uma pizzaria de São Paulo após receber os valores do executivo da J&F, controladora da JBS, Ricardo Saud.
Na denúncia que apresentou contra Temer, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou que o dinheiro se tratava de propina destinada ao presidente e a Loures por interferirem, em benefício da J&F, no andamento de um processo administrativo em trâmite no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Além da mala, a principal prova é o diálogo que o empresário Joesley Batista teve com Temer no Palácio do Jaburu. Nele, o empresário perguntou a melhor forma de resolver no Cade o problema envolvendo a companhia da J&F, EPE (Empresa Produtora de Energia), e a Petrobras. Temer respondeu a ele que procurasse Loures. Além disso, Joesley relatou crimes que vinha cometendo.
R$ 1 milhão por semana – Há ainda gravação de uma conversa entre Saud e Loures em 24 de abril, em que ambos combinam o montante de propina que o político receberia por sua atuação no caso, que poderia chegar a R$ 1 milhão por semana por 25 anos. Além do áudio, os investigadores receberam anotações feitas na reunião referente aos valores negociados.
Há ainda outra gravação entre Joesley e Loures na qual o ex-deputado telefona para o presidente interino do Cade, Gilvandro Araújo, e encerra a ligação dizendo ao empresário que o chefe do conselho teria “entendido o recado”. Joesley sugere a ele, então, o pagamento de 5% do lucro da usina como propina, e Loures responde “tudo bem”. O telefonema entre Gilvandro e Loures é outra prova que mostra a tentativa de intervir no órgão. Mais uma prova é a delação do doleiro Lúcio Funaro. O operador confirmou que recebeu dinheiro da J&F para ficar em silêncio.
Com informações do jornal O Globo. Leia mais: https://oglobo.globo.com/brasil/provas-contra-temer-vao-alem-da-mala-de-500-mil-22095857#ixzz4zBMebabm
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