J. B. Pontes (*)
Estamos assistindo à mais vergonhosa, odiosa e violenta campanha eleitoral da história do nosso País. Bolsonaro está fazendo todos os jogos políticos sujos possíveis e inimagináveis para se reeleger. E os atos reprováveis se intensificam à medida que os resultados das pesquisas eleitorais dos institutos mais credenciadas lhes são francamente desfavoráveis.
Na pesquisa do IPEC, publicada na segunda-feira (19), o atual presidente ficou estagnado nos 31% das intenções de voto, enquanto Lula subiu para 47%, o que aponta para que a eleição se resolva já no primeiro turno – o que seria desejável!
Bolsonaro e seus seguidores, interesseiros ou fanáticos, mantêm a Nação sob clima de terrorismo, mediante ataques às instituições, ameaças à democracia, incentivo a atos violentos contra opositores, acusações infundadas contra outros candidatos e afirmações levianas quanto à falta de lisura do processo eleitoral em vigor.
O presidente de plantão age de forma imoral, antiética e ilegal, sem qualquer escrúpulo, na certeza de que ninguém vai impedi-lo ou punir. As fake news são usadas com maior frequência do que antes. Faz ele, ainda, em sua campanha, uso indevido, de forma ostensiva, de recursos públicos disponíveis. E até compromete os do futuro…
Bolsonaro e seus cúmplices do Centrão ultrapassaram todos os limites éticos e morais. Nem mais disfarçam as ações ilegais e o saque dos recursos públicos para uso político privado, na tentativa desesperada de continuar no poder.
No início de setembro, a um mês das eleições, liberou mais R$ 3,5 bilhões (vejam bem: bilhões) para atender emendas do “orçamento secreto”, beneficiando integrantes do Centrão, como forma de consolidar o apoio desse grupo de políticos corruptos à sua reeleição.
Para ajustar o orçamento, bloqueou R$ 2,5 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e R$ 1,6 bilhão do Ministério da Educação, comprometendo o futuro do País e o funcionamento das universidades públicas federais.
E para quê eles querem continuar no poder? Para seguir golpeando o País, entregando o nosso patrimônio e reservas estratégicas de minérios e petróleo, a preços aviltados, para países como EUA e China; para continuar governando para o grande capital e subjugando o povo; para promover o fim de direitos sociais e individuais.
Para, enfim, continuar fragilizando as instituições democráticas e acabar com toda civilidade que conseguimos conquistar, com o sacrifício de muitos brasileiros e brasileiras que tiveram a coragem de enfrentar a ditadura militar, com enormes perdas motivadas por desaparecimentos, mortes, torturas e exílios.
Neste momento crucial, todos temos o dever de nos esforçar para libertar o Brasil das mãos de pessoas que já demonstraram não ter qualquer compromisso com o povo, com a democracia e com os interesses do País.
Continuamos encarecendo que é preciso, nesta eleição, reduzir, em muito o poder do Centrão, grupo que domina, principalmente, o orçamento público federal e vem promovendo um verdadeiro saque aos cofres públicos.
Não jogue lixo na urna. Não vote em candidatos dos partidos do Centrão (**).
(*) Geólogo, advogado e escritor
(**) Partidos que integram o Centrão: 22 – PL; 11 – PP; 77 – Solidariedade; 14 – PTB; 44 – União Brasil; 10 – Republicanos; 35 – PSD; 15 – MDB; 90 – PROS; 20 – PSC; 70 – Avante; e 51 – Patriota