Livre da Silva e vacinado contra a covid-19, Luís Inácio se prepara para percorrer o Brasil para conversar com lideranças políticas – evitando eventos e aglomerações, segundo garante – em prol de sua candidatura à Presidência da República em 2022.
A pré-campanha do petista, programada desde 3 de abril, quando tomou a segunda dose da CoronaVac, foi garantida após decisão do Supremo Tribunal Federal, na quinta-feira (15), que anulou todas as suas condenações na Lava-Jato e lhe devolveu os direitos políticos.
A Suprema Corte analisou em plenário o recurso da defesa de Lula e a maioria dos ministros concordou com o relator Edson Fachin no entendimento de que as ações contra o petista não tratavam apenas da Petrobras e que a competência da 13ª Vara Federal de Curitiba dizia respeito somente a processos com vinculação direta com a estatal petrolífera.
Com 8 votos a favor e 3 contra, Lula ganhou o carimbo jurídico que precisava para tornar-se adversário de Jair Bolsonaro nas urnas no próximo pleito.
Os ministros ainda decidirão se as acusações contra o ex-presidente tramitarão na Justiça Federal do DF ou de São Paulo. Para que Lula volte a perder os direitos políticos, após a decisão sobre o estado onde a Justiça vai analisar seu caso, é necessário haver uma condenação em segunda instância incriminando-o. Na prática, o tempo está curto para quem aposta em um entrave judicial para impedir a candidatura do petista, agora ficha limpa.
Moro – Os olhares da Lava Jato, no entanto, continuam voltados ao plenário do STF. A Corte decidirá sobre a manutenção ou não da decisão da Segunda Turma que considerou o ex-juiz Sérgio Moro parcial para julgar Lula no caso do tríplex do Guarujá.
Caso o ex-ministro de Bolsonaro seja considerado um juiz parcial, abre-se brecha para o desmoronamento definitivo do edifício jurídico da Lava Jato. A outra saída, como defende Fachin, seria cancelar a suspeição para salvar o que ainda resta das ações da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.