Trabalhar de 12 a 17 horas por dia em condições degradantes e insalubres. Dormir no local de trabalho e dividir espaço com baratas. Não ter banheiro higiênico nem cozinha para se alimentar de forma adequada. Trabalhar uma manhã inteira e receber R$ 6 por um produto que na loja custa R$ 700.
Estas são as condições comuns de trabalho encontradas na cadeia produtiva de empresas que estão na mais recente “lista suja” do trabalho escravo, que tem um total de 187 empresas, sendo que 48 entraram pela primeira vez na lista divulgada pelo governo federal.
Para a secretária de Relações do Trabalho da CUT Nacional, Graça Costa, a sociedade se assusta sempre que sai uma “lista suja” do trabalho escravo. “Eles querem explorar ao máximo, tirar o maior lucro possível sem nenhuma responsabilidade com a vida dos trabalhadores”, diz Graça.
“Enquanto não houver punição dura, multas altíssimas, fechamento de empresas, entre outras medidas, tudo vai continuar com um pedido de desculpas, cara de surpresa e arrependimento. É muita hipocrisia!”, completa a sindicalista, referindo-se a empresas que dizem se surpreender e se comprometem a averiguar e excluir os fornecedores, como foi o caso da Nespresso, que anunciou a suspensão de uma compra.