O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), está sentado em cima do Arcabouço Fiscal, projeto que substituirá o teto de gastos do governo federal, até que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faça a reforma ministerial que o Centrão, principal bloco da Casa e capitaneado por ele, exige em troca da votação do PLP-93/2023.
Após a primeira aprovação do projeto na Câmara e no Senado, Lira afirmou que o governo não teria dificuldade em aprovar o arcabouço, porque ele é um programa de Estado e não de governo. Mas, com sua atitude, o deputado alagoano deixa claro que a coisa não é bem assim.
Lula já atendeu, em parte, as exigências do insaciável Centrão e nomeou e empossou, na quinta-feira (3), o novo ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil) no lugar da polêmica ex-ministra Daniela Carneiro, a Daniela do Vaguinho, que foi forçada a pedir demissão após se desligar do União Brasil.
O Centrão quer os ministérios do Desenvolvimento Social, atualmente comandado pelo senador Wellington Dias (PT-PI); e dos Esportes, chefiado pela ex-jogadora de vôlei, Ana Moser. Para esta Pasta o indicado seria o deputado André Fufuca (PP-MA).
Outro ministério na mira do Centrão é o das Relações Institucionais, que está sob o comando do deputado Alexandre Padilha (PT-SP). Mas, pelo menos até agora, Lula tem dito que não abre mão desta pasta.
Na terça (1º), em conversa com líderes, Lira informou que durante a semana pautaria apenas a votação do regime de urgência de alguns projetos e indicações para conselhos, como o CNMP.
No encontro, o presidente da Câmara indicou que só deve pôr o arcabouço para votar no plenário quando tiver uma sinalização mais forte do Palácio do Planalto sobre os novos ministérios do Centrão.
O novo arcabouço já passou por votação na Câmara e no Senado no primeiro semestre, mas precisará passar por uma nova análise dos deputados, em razão das mudanças no texto feitas pelos senadores.