
A média diária de motoristas pegos embriagados no DF, de janeiro a maio, é 50% maior do que a de 2014. Desses, 865 foram presos. Em todo o ano passado, 1.435 acabaram na cadeia. Para o Detran, os números refletem a intensificação das blitzes
Somente depois de duas autuações, a estudante de publicidade Eduarda Pontual, 23 anos, mudou o hábito. Em 2011, ela foi parada em uma blitz e, ao soprar o bafômetro, os agentes verificaram que ela estava alcoolizada. “Faltavam apenas sete dias para eu receber a carteira definitiva”, lembra. No ano passado, Eduarda foi abordada por uma viatura do Departamento de Trânsito (Detran). Ela se negou a fazer o teste do bafômetro, mas, ainda assim, teve a carteira suspensa novamente. “Desde então, só saio à noite de táxi. Ninguém se arrisca mais. Isso torna até a viagem mais barata porque, normalmente, dividimos o valor”, explica, garantindo que sua escolha é compartilhada pelos amigos. Mesmo que tenha perdido a carteira, ela é uma defensora da lei. “Fico com medo porque vejo cada acidente de arrepiar e, na maioria deles, causado pela bebida.”
Para o Detran, os números são reflexo da intensificação das blitzes. “Temos procurado abordar o máximo possível de condutores. Com isso, conseguimos identificar um número maior de pessoas em infração de trânsito, entre elas, a ingestão de álcool. Hoje, concentramos nossos esforços para evitar o álcool na direção, o uso do celular, a falta de cinto de segurança e de habilitação, além da velocidade excessiva”, afirma Silvain Fonseca, diretor de Policiamento e Fiscalização de Trânsito do Detran.