A Justiça do Rio de Janeiro decretou hoje (22) a prisão preventiva de quatro pessoas, sendo que uma delas era companheira de Adriano Magalhães da Nóbrega. A decisão é do juízo da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A companheira de Adriano da Nóbrega não foi localizada e é considerada foragida da Justiça.
Segundo a Justiça, os quatro integravam a milícia que era chefiada pelo ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais da PM Adriano da Nóbrega e foram denunciados por organização criminosa, agiotagem e lavagem de dinheiro.
Adriano foi morto em 9 de fevereiro do ano passado, na Bahia, onde estava escondido num sítio na cidade de Esperança. Como as prisões foram formalizadas no dia 18, Luiz Carlos Martins, conhecido como Orelha, teve o nome incluído, mas foi morto no último sábado, (20), na porta de casa, em Realengo, por dois homens que passaram de moto atirando. Também foram decretados o bloqueio das contas e o sequestro de bens dos denunciados.
Mais cinco pessoas também foram denunciadas e tiveram medidas cautelares impostas pelo juízo da Vara Especializada. Eles estão proibidos de sair do Rio de Janeiro e devem comparecer ao juízo bimestralmente.
De acordo com a decisão, o grupo é bem estruturado e usa da coação e da violência para manter e expandir as atividades criminosas. “Os elementos de informação produzidos até então conferem indícios da prática dos ilícitos, objeto da denúncia, em especial, da prática do delito de “lavagem” de ativo, seus crimes antecedentes e outros correlatos que foram objeto de denúncia, como associação criminosa e usura pecuniária”, destacou.
Esquema
De acordo com as investigações, o grupo usava duas empresas de fachada para ocultar a origem dos bens e lavar o dinheiro ilegal. Uma financeira que liberava empréstimos com juros extorsivos. Mais de R$ 3 milhões foram movimentados pela empresa. A outra pessoa jurídica utilizada no esquema era uma distribuidora de bebidas. Após a morte de Adriano, a titularidade da empresa foi repassada para terceiros, que administravam parte dos recursos investidos na sociedade, mesmo sabendo da origem ilícita.
O dinheiro seria obtido por meio das atividades criminosas de Adriano como miliciano e chefe do chamado ‘Escritório do Crime’, grupo de matadores de aluguel chefiados pelo ex- policial militar. Entre os crimes cometidos pelo grupo estavam à venda e locação ilegal de imóveis, grilagem, extorsão de moradores e comerciantes. A organização criminosa cometia os crimes com o objetivo de manter a dominação das comunidades de Rio das Pedras e Muzema, na zona oeste do Rio.
De acordo com a denúncia, o controle financeiro da lavagem de dinheiro era feito por uma pessia, que administrava o patrimônio ilícito de Adriano da Nóbrega. A ela era prestado contas sobre os empréstimos concedidos pela financeira.