A jurista Beatriz Vargas, filiada ao PSol, pode ser a novidade do PT na corrida sucessória de Rodrigo Rollemberg (PSB). Sem um nome de peso para a disputa pelo Palácio do Buriti em outubro, os principais líderes petistas admitem que o perfil de uma candidata “fora da política” seria um caminho para recuperar a imagem da legenda após o fiasco do governo Agnelo Queiroz e o desgastante processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
A acadêmica da Universidade de Brasília (UnB) adquiriu a admiração dos petistas após participar dos debates do processo contra o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva na Operação Lava-Jato. Beatriz Vargas ainda foi a anticandidata a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) para o lugar Teori Zavaski, morto em acidente aéreo em janeiro de 2017. Mas o presidente Michel Temer (PMDB) acabou nomeando seu ex-ministro da Justiça, Alexandre de Morais.
“Seria uma grande honra para o Partido dos Trabalhadores ter em seus quadros uma pessoa como a jurista Beatriz Vargas, apesar de respeitarmos a opção partidária que ela fez”, disse a presidente do PT-DF, Érika Kokay. A deputada lembrou que ainda daria tempo da advogada assinar a ficha de filiação e que, pelo calendário da legenda, qualquer militante pode se inscrever como pré-candidato até o dia 31 de março para participar das prévias partidárias.
Dos quatro petistas brasilienses detentores de mandatos eletivos, nenhum pretende concorrer ao Executivo. Os distritais Chico Vigilante e Ricardo Valle tentarão a reeleição. Wasny de Roure está disposto a disputar uma das duas vagas no Senado. Érika Kokay quer manter sua cadeira na Câmara Federal.
A ex-vice-governadora Arlete Sampaio defende a “oxigenação” do partido, e não seria obstáculo a uma candidatura como a de Beatriz Vargas ou a uma aliança com partidos de esquerda. Nesse caso, ela se colocaria como vice, por exemplo, de Joe Valle (PDT). Do contrário, tentará retornar à Câmara Legislativa.
Militante – A ideia de trazer um candidato de fora do partido, ou mesmo uma coligação em que o PT não seja cabeça de chapa, desagrada boa parte da base petista. Na última reunião do diretório, sábado (3), como noticiou em primeira mão o portal Brasília Capital, diante da desistência da diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro), Rosilene Corrêa, de concorrer ao GDF, o bancário aposentado Afonso Magalhães se colocou como pré-candidato ao Executivo.
“Meu nome está à disposição para uma discussão interna, mas não vejo clima no partido para um debate muito acirrado”, disse ele à reportagem. A candidatura de Afonso Magalhães, que concorreu à Câmara Legislativa em 1982 e 2002 e não se elegeu, é defendida pela Central de Movimentos Populares (CMP), coordenada no DF pelo pré-candidato a deputado federal Antônio Sabino.
Na quarta-feira (7), Magalhães ganhou o apoio da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), dirigida em Brasília por Juscelino Lopo. O Conam lançará o candidato Santiago à Câmara Legislativa, numa dobradinha com Sabino. “O PT terá candidato próprio ao GDF e será um nome aprovado pela militância. Sem paraquedistas”, rechaçou Sabino.