O jornalista Ronaldo Junqueira tinha 72 anos e faleceu nesta segunda-feira (9) após passar os últimos 7 dias numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Há vários anos ele estava internado devido a uma hidrocefalia que o acometeu na idade adulta.
De meados dos anos 1980 até a década passada, Junqueira foi um dos mais poderosos da imprensa de Brasília. Ele dizia que fez o curso de jornalismo em 5 minutos, numa visita à sucursal brasiliense do extinto Jornal Última Hora, na década de 1970.
“Fui lá vender livros e acabaram me dando uma pauta sobre a visita do casal de príncipes japoneses a Brasília”, contou ele numa entrevista ao site Extra Pauta.
Depois disso, Junqueira passou por redações de várias sucursais do DF, entre elas a do Jornal do Brasil. Mas a história profissional de Ronaldo Martins Junqueira foi enriquecendo. Ele atingiu o auge profissional no período em que dirigiu a redação do Correio Braziliense, época em que o jornalismo impresso tinha mais influência, por não concorrer com a mídia eletrônica dos tempos atuais.
Ele dirigiu o maior e mais influente jornal da Capital Federal em momentos como a eleição da primeira bancada federal do DF, a derrota das Diretas Já no Congresso e a eleição indireta que marcou o fim da era dos presidentes militares com a eleição de Tancredo Neves no colégio eleitoral.
Nesses dois episódios, inclusive, à frente de uma empresa de consultoria política, prestou serviços ao candidato Paulo Maluf. Outro político por quem Junqueira tinha admiração era o ex-governador Joaquim Roriz. Quando Roriz foi eleito, em 1991, o jornalista já estava em voo empresarial solo, lançando o semanário Jornal da Comunidade. Em seguida ele criou o tabloide diário Coletivo, que também já parou de circular.
Junqueira foi casado três vezes, mas morreu sozinho. Ele passou os últimos anos recluso, devido à doença. A data e o horário do sepultamento ainda não foram confirmados pela família. Alguns de seus filhos moram fora de Brasília.