As candidaturas do PDT são um contraponto ao governo Rollemberg? – De forma alguma. Na realidade, são uma construção na busca de uma harmonização do partido.
Por que o senhor desistiu de disputar o governo? – Isto foi em função de problema pessoal, estritamente pessoal e familiar, apesar de o partido ter dado todas as condições e apoiado bastante.A gente então vem para ajudar nesse processo com o lançamento de uma candidatura própria para compor com nossa nominata para deputado federal e distrital.
Neste caso, o senhor sairá candidato ao Senado? – A gente também quis compor todo o processo.Acho que o importante é ajudar a governar essa cidade. E a oportunidade desse trabalho foi dada num determinado momento quando participamos do governo. Mas o governo não teve essa receptividade com o PDT nem conosco.A gente não teve a oportunidade de dar a nossa contribuição.
Portanto, houve o rompimento e agora uma candidatura para fazer o contraponto ao governo… – Nesse sentido a gente realmente tem um projeto para cidade. E esse projeto foi colocado partidariamente. A gente quer compor para ajustar com os nossos quadros no sentido de fazer um governo à altura da Capital da República, que é a maior realização dos brasileiros.
Como se chegou ao nome de Peniel Pacheco? – O nome do Peniel vinha sendo discutido na executiva, já foi colocado e a gente pretende realmente apresentar todas as nossas propostas e as propostas do PDT para o eleitor e para a cidade para serem analisadas e, se for o caso,escolher o PDT como a opção para governar a cidade.
Com quais partidos o PDT admite se coligar – A gente tem conversando com muitos partidos, mas acho que ainda não há definição na cidade.A gente gostaria de compartilhar nossas propostas e aqueles partidos que se acharem à vontade, que compartilharem com essa questão progressista, humanista, mas também ligados a um modelo de cidade que possa dar liberdade e condição das pessoas decidirem seus rumos coletivamente. A gente tem o maior prazer de sentar e negociar as nossas relações e as nossas interações no intuito sempre de melhoria de qualidade de vida da cidade de uma forma mais republicana.
O PDT apoiou Rollemberg e hoje está rompido com o governo. Há alguma possibilidade de reaproximação? – Na questão do Rollemberg, juntamente com os senadores Reguffe e Cristovam Buarque, que na época eram do PDT, fomos apoiadores de primeira ordem.Mas depois de um certo tempo houve uma incompatibilidade por não concordarmos com o programa que estava sendo tratado e trilhado.
Mas o senhor era tratado como um supersecretário… – Na verdade a gente se propôs a governar juntos. Partidariamente a decisão foi tomada. Eu fui o único deputado que foi ao governo e se colocou à disposição como um quadro para fazer esse modelo de gestão coletiva e ajudar a governar. Não foi bem entendido.À época o governador não conseguiu nos ouvir e fazer as reuniões necessárias, que pudessem nos dar condição de participar das decisões.
Mas isto não deveria ter sido combinado antes de o senhor assumir o cargo? – Foi uma questão mais de uma decisão, naquele momento, de um correligionário assumir uma vaga na Câmara Legislativa como suplente e tocar o governo da forma dele, sem ouvir os partidos que estavam em volta.Dez meses depois decidimos sair realmente do governo, porque não tivemos eco e reciprocidade no sentido de poder participar de fato das decisões.
Este foi o único fator que levou o PDT ao rompimento com o Buriti? – Especificamente, isso nos levou a sair do governo e fazer o rompimento, baseado no programa que foi apresentado à população e que não estava sendo seguido. Nós demos as razões,demos o prazo. E esse prazo para cumprir pelo menos 50% das opções não foi cumprido. A partir daí a gente não viu como mais ficar colaborando com o governo, já que tínhamos outras propostas.Até porque foi o momento em que teve a eleição para a mesa da CLDF e eu não fui o candidato apoiado pelo governador, que optou pelo Agaciel Maia. Estranho, pois era um candidato do PR que tem candidato a governador (Jofran Frejat).
O PDT e o PT, que em todas as eleições passadas no DF tiveram papel importante,não participaram dos primeiros debates deste ano. Mesmo após o lançamento do nome do Peniel Pacheco, o senhor vê alguma possibilidade de aproximação entre os dois partidos? – Eu acho que nacionalmente é uma questão de discussão. Sempre houve uma aproximação ente PDT e PT nacionalmente. E também com o PSB. Todos esses processos que estão acontecendo, logicamente têm uma dependência nas discussões nacionais, já que o PDT tem um candidato a presidência da República, que é o Ciro Gomes.Essas conversas estão acontecendo nacionalmente, muito em torno de uma construção de proposta para o Brasil. Então a gente está aguardando.
O Haddad pode ser vice do Ciro ou vice-versa?– Essas conversas já aconteceram, estão acontecendo, e a gente está aguardando.Até porque o nosso presidente nacional (Carlos Luppi) nos pediu que aguardássemos.Já conversamos com ele sobre nossa candidatura própria, mas ele ainda está em uma discussão nacional para fazer os acertos finais, porque a gente tem uma pretensão grande e temos um bom candidato a presidente.
Qual sua mensagem para Brasília como pré-candidato ao Senado? – Quero fazer uma construção com a cidade, com pautas bastante importantes:A reforma fiscal, a sustentabilidade – pauta que eu defendo que já está na minha gênesis.Nesse processo, logicamente que está ligada à alimentação produtos orgânicos que está praticamente no meu DNA.Estas são as pautas que a gente quer levar, mas também, logicamente, trazendo um peso de uma representação no Senado para a questão do chão de fábrica do DF.Essa é a lógica que a gente quer defender e propor, e colocar à disposição nosso currículo e nossa folha serviço para que as pessoas possam ter mais essa opção a escolher, já que são duas vagas.