Chico Sant’Anna
Com o trânsito de cerca de 7,2 milhões de passageiros, de janeiro a julho deste ano, o JK ficou na 13ª posição, atrás ainda do aeroporto de Recife e o de Quito, no Equador.
Historicamente, Brasília luta para ser um portão internacional capaz de promover o turismo de estrangeiros na capital federal. Contudo, a cidade precisa melhorar seus equipamentos para bem receber, e um deles é o aeroporto Juscelino Kubitschek.
Embora reformado para a Copa do Mundo de 2014, o JK ficou de fora da lista dos dez melhores da América do Sul, segundo o ranking World Airports Award (melhores aeroportos do mundo), divulgado pela Skytrax. Por esse ranking, o aeroporto de Bogotá é o melhor da região. Guarulhos ficou em 5º lugar; Galeão, no Rio, em 7º e Congonhas, em São Paulo, em 10º.
A classificação é feita com base na experiência dos passageiros e leva em conta a pontualidade dos voos, a qualidade dos serviços, alimentação e lojas disponíveis. Com o trânsito de 7,2 milhões de passageiros, de janeiro a julho de 2022, o JK ficou na 13ª posição, atrás do de Recife e do de Quito (Equador). Para os usuários, seu ponto mais fraco são as lojas e a alimentação (nota 7,9, numa escala de 10).
Quanto à pontualidade dos voos – responsabilidade compartilhada com as companhias aéreas – e à qualidade dos serviços prestados, a nota para ambos os quesitos foi de 8,2. Avaliação considerada alta, se levado em conta que um dos quesitos é a qualidade do transporte para chegar ao aeroporto e a disponibilidade de profissionais poliglotas no atendimento ao público. Uma das queixas relatadas por passageiros estrangeiros é a falta de pessoal que fale outros idiomas, notadamente nos check-in das empresas aéreas nacionais.
Procurada, a Inframérica, gestora do terminal, não se pronunciou.
Soneca
Embora considerado um importante ponto de conexão entre voos do Norte e do Sul, o terminal de Brasília não oferece conforto a quem tem que esperar conexões. O aeroporto perdeu pontos pela falta de áreas confortáveis para longas esperas – day rooms ou rest areas–, que, segundo os passageiros, inexistem em Brasília, obrigando as pessoas a se acomodarem nas poucas cadeiras nas áreas anteriores às salas de embarque.
Mundo a fora, alguns aeroportos são dotados até de cabines individuais para uma soneca. O aeroporto é uma porta de entrada, uma vitrine, que deve estar em excelente situação, ainda mais agora que se verifica aumento da chegada de voos internacionais ao Brasil.
Turismo cresce 12,4% no Brasil
O turismo brasileiro, como um todo, deve movimentar, até o final de 2022, R$ 68 bilhões, o que representa um crescimento de 12,4% em relação aos R$ 60,5 bilhões do ano passado, aponta a Pesquisa IPC Maps.
E Brasília precisa melhorar a fatia de receita que lhe compete. A cidade conta hoje com apenas seis trajetos internacionais: Orlando e Miami, nos EUA; Buenos Aires, Cancun, Cidade do Panamá e Lisboa. Perdeu várias operações, inclusive operadas por empresas transcontinentais, como a Air France e a Delta, e sul-americanas, como a Taca e Pluna.
Hub – Esses voos, em especial para o hemisfério Norte, estavam transformando a capital federal em um hub internacional. Passageiros das regiões Sul, Centro-Oeste e Norte tinham aqui a alternativa de conexões internacionais mais confortáveis do que as tradicionais em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Além de poucos voos internacionais, destinos como Flórida e Cancun se caracterizam mais por levar brasileiros ao exterior do que trazer turistas estrangeiros. Nesse segundo caso, o proveniente de Buenos Aires é o mais efetivo. A expectativa é que mais de 20 mil hermanos visitem Brasília por ano. Mas, para isso, temos que preparar melhor a cidade para receber os turistas
Saiba+
Em junho, o Brasil registrou 3.806 chegadas de voos internacionais, 1.703,32% a mais em relação a abril de 2020, data de início das restrições impostas pela pandemia. Desse total, 330 tiveram o DF como destino ou origem. Em julho, foram cerca de 50 mil passageiros em voos internacionais saindo ou passando por Brasília.
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