Trata-se de um tema muito polêmico, a prática do jejum intermitente. Muito se tem estudado sobre essa estratégia, mas ainda não existe consenso sobre qual o melhor protocolo a ser utilizado, e para quem ele deve ser indicado. Sabemos que muitas pessoas têm realizado esta prática e ouvimos muitos relatos “milagrosos”, mas ainda temos muitos questionamentos.
O protocolo mais comum de jejum intermitente é não comer durante 16 horas, e comer todas as refeições nas 8 horas restantes. Outro exemplo é fazer jejum durante 20 horas e ingerir todos os alimentos em uma janela de 4 horas. Alguns protocolos indicam parar de comer durante um dia inteiro, e comer só no dia seguinte.
O jejum, sob um aspecto religioso, foi adotado pelos seres humanos durante séculos como um caminho crucial de purificação espiritual. A restrição calórica, com ou sem exclusão de certos tipos de alimentos é um componente chave. Esse impacto tem sido evidenciado por um número limitado de estudos realizados em populações budistas, cristãs ou muçulmanas. A importância a longo prazo dessas mudanças na saúde global ainda não foi explorada.
Uma revisão sistemática publicada num grupo de alto impacto, da Nature, no jornal de gastrenterologia, mostrou que a perda de peso com protocolos de jejum intermitente foi eficiente, porém comparáveis às dietas com restrição calórica convencionais.
Outro trabalho muito interessante publicado neste ano, realizado também em modelo animal, avaliou o comportamento alimentar dos ratos que foram submetidos ao jejum intermitente. Esses animais tiveram uma alteração do comportamento durante o período de jejum.
No caso desses ratos, as refeições realizadas após o dia sem alimentação eram maiores que as do grupo de comparação e se alimentavam mais rápido. Ou seja, o tempo de realização da refeição era menor.
Pensando em comportamento relacionado à ingestão alimentar, não seria benéfico comer grande volume de alimentos num curto período.
Maiores problemas na adesão a esse tipo de protocolo:
– Maioria dos estudos em animais;
– Não há consenso na indicação de um protocolo especifico;
– Não há segurança no uso com indivíduos que tenham alguma patologia associada à obesidade;
– Os estudos mostram que restrição calórica na dieta têm os mesmos resultados do jejum intermitente; e
– Não há estudos que avaliam os efeitos metabólicos a longo prazo.
Quais as possíveis vantagens ou qual a perspectiva no uso dessa intervenção?
– Não existe dieta, protocolo ou estratégia de perda de peso ideal. Portanto, a estratégia de jejum intermitente pode ser muito eficaz para algumas pessoas. Identificar esse público-alvo será o maior desafio.} else {