Com 59 votos a favor e apenas 12 contra, Janot desbanca Collor em sabatina no Senado e segue à frente da Procuradoria Geral da República
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Os ataques do senador Fernando Collor (PTB-AL) não foram suficientes para derrubar o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que seguirá por mais dois anos conduzindo o Ministério Público Federal. Collor foi o único senador que partiu para o enfrentamento durante a sabatina de Janot. A raiva do ex-presidente para com o PGR se deve pela denúncia que o aponta como um dos integrantes do esquema de corrupção investigado pela operação Lava-Jato.
A solidão de Collor nos ataques e a serenidade das respostas de Janot deixaram o senador ridicularizado. Apesar de ter sentado na primeira fila da sala da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e repetir as ofensas ditas no microfone do Plenário do Senado, Collor não tirou Janot do sério. Confira a lista das perguntas e respostas.
O senador acusa Janot de ser o responsável pelo vazamento de informações da investigação Lava Jato, que, supostamente, seriam segredos de justiça. O procurador-geral, por sua vez, negou ser um “vazador contumaz”, rebateu as acusações e voltou a proferir que “todos são iguais perante a lei”. Ao final, ainda enfatizou olhando nos olhos de Collor, “pau que dá em Chico dá em Francisco”.
Janot foi novamente convincente quando respondeu sobre um suposto acordo que teria feito com o governo para livrar Renan Calheiros e manter a governabilidade no Congresso. “A esta altura da minha vida, eu não deixaria os trilhos da atuação técnica no Ministério Público para me embrenhar num processo que não domino e não conheço, que é o caminho da política”. Lembrou também que trabalha em uma equipe com 20 procuradores e inúmeros delegados da Polícia Federal, e que seria praticamente impossível comprar todo esse exército de gente.
Outros senadores, como Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Jader Barbalho (PMDB-PA) perguntaram sobre as delações premiadas da Lava Jato. Na linha dos advogados dos empreiteiros, questionaram Janot se é “justo soltar um acusado quando este se dispõe à delação premiada e deixar outros mofando na cadeia como garantia de espontaneidade da delação?”.
Janot rebateu alegando que 79% das colaborações foram acertadas com o réu solto – e que muitas prisões preventivas feitas por Sergio Moro foram confirmadas em tribunais e colegiados.
Perguntas
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1- Collor acusou Janot de ter atuado como advogado para a empresa Orteng em um processo contra a Braskem, da qual a Petrobrás é sócia.
2- Questionou sobre a contratação, sem licitação, de uma empresa de comunicação e a nomeação de um dos seus ex-diretores para cargo no órgão.
3- Nomear para a PGR uma chefe de cerimonial sem ensino superior
4- Vazamento de informações sigilosas de investigações conduzidas pela Procuradoria.
5- Aluguel de um imóvel irregular e impróprio para o uso da Procuradoria em Brasília.
Respostas:
1- Advogou para a empresa, mas o processo foi movido contra a Trikem, comprada pela Braskem apenas após a ação transitar em julgado.
2- Defendeu a contratação da empresa e afirmou que o TCU não apontou irregularidades.
3- Não existe exigência de ensino superior na lei e a profissional tinha experiência na área.
4- O vazamento se deve às especulações da imprensa em torno das delações.
5- A Procuradoria cobra ressarcimento dos valores pagos, após descobrir irregularidades.