O mês de janeiro deve, enfim, trazer algum alívio para a crise hídrica que se arrasta no Distrito Federal desde agosto. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é de que o mês seja marcado por chuvas fortes, principalmente na segunda quinzena. Para os próximos dias, a expectativa é de continuidade das pancadas de chuvas fortes, rápidas e em áreas isoladas.
Nesta terça, por conta do mau tempo, um dos elevadores da Torre de TV que dá acesso ao mirante da estrutura foi danificado pela chuva e pelo vento forte. Segundo a Secretaria de Turismo, a manutenção foi acionada e a visitação deve ser normalizada às 14h de sexta (6). O acesso ao mezanino continua funcionando normalmente, de terça a domingo, de 9h às 19h.
“Tradicionalmente, janeiro é quando mais chove no Distrito Federal. Neste ano, Brasília deve seguir a tradição”, afirma o meteorologista do Inmet Hamilton Carvalho. A previsão para os primeiros dias do mês, porém, é de chuvas rápidas com trovoadas isoladas. Na segunda metade de janeiro é que as chuvas devem ser mais fortes.
Para esta semana, de acordo com Carvalho, a previsão é de chuvas rápidas em áreas isoladas no DF. Na quarta (4) o céu deve estar de parcialmente nublado a nublado e a temperatura deve variar de 30º a 19º. Já na quinta (5) e na sexta (6) o tempo estará de nublado a encoberto e a temperatura máxima não deve passar de 30º e a mínima de 19º.
O cenário representa uma mudança em relação a dezembro, que também tem média de chuvas alta. No mês passado, a medição do Inmet ficou cerca de 40% abaixo da série histórica, agravando a crise de abastecimento e adiando o fim do chamado \”estado de restrição\” – quando o governo fica autorizado a fazer racionamento.
Segundo Carvalho, isso aconteceu porque o DF enfrentou um fenômeno conhecido como \”veranico\”, que corresponde a uma estiagem entre os períodos de chuva. Isso não deve se repetir em janeiro, de acordo com as predições do Inmet.
Na tarde desta terça, os reservatórios que abastecem casas e comércios do DF mostravam um nível de água mais baixo, na comparação com a semana anterior. No dia 27 de dezembro, o Descoberto operava com 23,10% da capacidade, e o reservatório de Santa Maria, com 42,67%.
Sete dias depois, os níveis caíram para 21,29% e 42,31%, respectivamente. Para que esses números aumentem, segundo o governo do DF, não bastam as pancadas de chuvas na área central. É preciso que chova na região das nascentes, dos rios e dos próprios reservatórios, durante vários dias e com grande intensidade.
O meteorologista Alexandre Nascimento, do Climatempo, diz que o verão de 2017 terá predomínio de temporais e temperaturas mais amenas em relação aos anos anteriores em todo o país.
“A situação será muito diferente dos últimos anos, quando o Brasil teve graves problemas por causa da falta de chuva no verão. Já está chovendo e está bem menos quente do que em 2015 e 2014”, informou o site do Climatempo.
A maior parte das chuvas se concentrará em janeiro e fevereiro. O verão terá o predomínio do fenômeno La Niña, que começou no final de novembro e vai enfraquecer até o final do verão. Esse fenômeno mudará o cenário em comparação com o verão anterior, quando choveu mais no Sul e fez muito calor em todo o Brasil.
\”No ano passado havia um forte El Niño, o mais forte do século e o segundo mais forte da história. Neste ano há uma La Niña fraca formada que ao longo do verão 2017 deve se desfazer. Além disso, a temperatura do Oceano Atlântico não está atrapalhando o deslocamento das frentes frias. E a circulação dos ventos na alta atmosfera já está favorecendo a distribuição do ar úmido sobre o país, permitindo a formação das grandes áreas de chuva sobre o Centro-Oeste e sobre o Sudeste\”, informou o meteorologista, em matéria divulgada no site do instituto.