Diz a lenda que João Saldanha, quando técnico da Seleção de 1970, falou para os jogadores que não haveria bicho (nome da remuneração extra dada após vitórias) para os jogos contra os representantes do continente americano.
A razão era simples: não havia nenhum time representando qualquer país da América do Sul que pudesse competir com a Canarinha – independentemente de que, à época, Canário não tinha espaço para cantar.
Corta para os dias de hoje. A CBF inventou que iria fazer o técnico Carlo Alcelotti trocar o emprego no Real Madrid para classificar o Brasil no torneio eliminatório e, depois, ostentar mais uma estrela na camiseta, ao virar um falso hexa.
Se estou pensando na derrota para o Paraguai? Com uma ressalva: não adianta xingar apenas a CBF, os Juninhos Dorival, menos ainda o Vini Jr., que entrou nessa fria por obrigação e não tem nada com isso.
Acrescente-se ao vexame a postura de nossa imprensa esportiva: nunca ligou pro italiano – ou a cobrar, ou pelo zap – para confirmar a história. Simplesmente divulgou o devaneio da entidade sem checar a principal fonte.
Mas o pior pode acontecer: a volta de outro Jr., aquele promotor de cruzeiros entre Santos e Bertioga. Ou você não sabe que Neymar Jr. espera, há mais de ano no estaleiro, ser ungido como salvador da pátria?
Então tá. Tudo a ver com o atual vexame montado pela CBF, imprensa esportiva e quem mais estiver tranquilo com essa nova (e falsa) lenda.