Tão logo a janela de filiação partidária se abra, em abril de 2022, o deputado Israel Batista deve trocar o PV pelo Solidariedade. Para esquentar a cadeira, quem está sentado na presidência do partido de Paulinho da Força no DF é Glauco Rojas, um dos coordenadores da campanha de Israel Batista em 2018.
Marqueteiro político e dono de uma agência/produtora, Glauco foi secretário de Trabalho, Ciência e Tecnologia. Ele foi o responsável por tocar o projeto de reforma do Planetário, com emendas do gabinete do Israel. O assessor já foi membro do diretório do PV, mas se desfiliou e aceitou o novo cargo.
Em 2018, a cláusula de barreira preconizava que os partidos deveriam obter 1,5% dos votos válidos, distribuídos em ao menos 9 unidades da Federação, com o mínimo de 1% de votos em cada uma delas.
Com a promulgação da Emenda Constitucional 97, que trata da cláusula de barreira, os partidos são obrigados a constituir bancada com mínimo de percentual de votos para ter acesso a registro partidário e fundos Eleitoral e Partidário.
O PV cumpriu a meta nacional, com cerca de 1,6%, conquistando o direito de manter seu registro e participação no Fundo Eleitoral. Mesmo assim, a legenda fez apenas quatro deputados federais. Segundo Regimento da Câmara, a consolidação de lideranças se dava com no mínimo cinco parlamentares.
Para dirimir o conflito com a Emenda Constitucional 97, o então presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), resguardando o direito de representatividade do PV, alterou Regimento, permitindo constituir liderança para o partido. A situação não era prevista pelos legisladores. Na eleição municipal de 2020, o PV precisou ajuizar, em todo o País, contra emissoras de TV que não queriam garantir direito de participação em debates. A Justiça garantiu acesso com base na EC 97.