A Autoridade de Proteção da Privacidade de Israel abriu uma investigação sobre as atividades do Facebook, diante das suspeitas de que a rede social poderia ter fornecido dados de usuários para uma empresa de análise vinculada com a campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A autoridade israelense informou nesta quinta-feira aos responsáveis da rede social sobre a investigação iniciada \”após as publicações sobre a transferência de dados pessoais do Facebook para a Cambridge Analytica e a possibilidade de outras infrações da lei de privacidade em relação aos cidadãos israelenses\”, informou o Ministério da Justiça de Israel em comunicado.
O ministério argumenta que, segundo a lei israelense, os dados pessoais só devem ser usados para a finalidade para a qual foram oferecidos e com consentimento do indivíduo.
\”Portanto, a autoridade investigará se os dados pessoais de cidadãos israelenses foram usados ilegalmente de forma a infringir o seu direito à privacidade e as disposições da lei de Privacidade de Israel\”, concluiu a autoridade israelense.
A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) iniciou uma investigação sobre o Facebook que poderia render uma multa milionária à rede social, diante das suspeitas de que ela teria proporcionado informações de 50 milhões de usuários à empresa britânica Cambridge Analyitca, da qual o ex-chefe da campanha de Trump em 2016, Steve Bannon, é investidor.
No último fim de semana, veio à tona a informação de que a companhia teve acesso em 2014 a dados recolhidos pela empresa dirigida por Mark Zuckerberg, o que representaria uma clara violação das condições de confidencialidade do Facebook.
Versão do Facebook
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou que a empresa “cometeu erros” que levaram milhões de usuários da rede a ter seus dados explorados pela consultoria política, Cambridge Analytica. Ele também garantiu estar disposto à colaborar como for preciso e evitar que dados sejam novamente explorados indevidamente para influenciar campanhas eleitorais na Índia e no Brasil. “Nós temos a responsabilidade de proteger seus dados (dos usuários), se não pudermos, não merecemos atendê-los”, declarou.
Em entrevista exclusiva, na noite dessa quarta-feira (21), à rede de tv norte-americana CNN, Zuckerberg afirmou estar disposto até mesmo a ir ao Congresso brasileiro se for chamado para testemunhar e ajudar. Ele admitiu ter ocorrido o que chamou de “quebra de confiança”. Mais cedo, já havia publicado um pedido de desculpas em sua página oficial na rede social. Durante a entrevista à rede CNN, Zuckerberg afirmou estar profundamente triste e reafirmou que vai adotar as ações necessárias para proteger os dados de usuários e “dificultar” a coleta de dados de informações por “aplicativos desonestos”.