Romero Jucá (esq.) ao lado do presidente do Senado, Eunício Oliveira: \”Ninguém vai me intimidar\”. Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Com o objetivo de investigar organização criminosa acusada de peculato, lavagem de dinheiro e desvios de verbas públicas, a Polícia Federal (PF) em Roraima, em conjunto com a Receita Federal, deflagrou a Operação Anel de Giges, na manhã desta quinta-feira (28). Entre os investigados estão filhos e enteados do líder do governo Senado e presidente nacional do PMDB, Romero Jucá (RR).
Em Brasília, o senador afirmou aos jornalistas: “Eu só quero dizer o seguinte, eu vou falar daqui a pouco, mas eu quero deixar algo claro: ninguém vai me intimidar. A partir daí, deduzam. Deduzam, é o que eu tenho a dizer”. Estão sendo cumpridos 17 mandados judiciais, sendo nove de busca e apreensão e oito de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para a delegacia a fim de prestar depoimento e, em seguida, liberada).
Segundo a PF, durante a investigação \”foi identificado o desvio de 32 milhões de reais dos cofres públicos, tendo como origem o superfaturamento na aquisição da Fazenda Recreio, localizada em Boa Vista, e na construção do empreendimento Vila Jardim, do projeto Minha Casa Minha Vida no bairro Cidade Satélite, na capital de Roraima\”.
Financiamento
São investigadas ainda, de acordo com a PF, as transações decorrentes da venda da fazenda para a construção do empreendimento, bem como a fiscalização e aprovação do financiamento pela Caixa Econômica Federal. Os mandados estão sendo cumpridos em endereços em Boa Vista, Belo Horizonte e Brasília. São apuradas suspeitas de crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa envolvendo a Fazenda Recreio.
Anel de Giges, nome da operação, segundo a PF, é uma referência à citação em um dos livros da obra A República, de Platão, que aborda o tema justiça . “O Anel de Giges permite ao seu portador que fique invisível e cometa ilícitos sem consequências”, de acordo com a PF.