As famílias que ocupavam o St. Peter Hotel, no Setor Bancário Sul, desde a madrugada de segunda (14), saíram do imóvel na tarde deste domingo (20). Em cumprimento ao mandado de reintegração de posse da propriedade expedido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) na semana passada, o grupo, coordenado pelo Movimento de Resistência Popular (MRP), deixou o local pacificamente. O MRP é uma dissidência do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
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Na sexta-feira (18), líderes do movimento reuniram-se com representantes do Executivo para negociar a saída. Como o MRP não é legalmente constituído, ficou acertado que eles apresentariam, à Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab), uma lista de membros para formalizar a entidade e facilitar o diálogo com o governo.
Com o apoio da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Legislativa, o governo determinou que o grupo fosse realocado, temporariamente, no Clube Primavera, uma área de Taguatinga com infraestrutura para receber as famílias.
Nesta segunda-feira (21), a Companhia Energética de Brasília (CEB), a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) estarão no local para verificar as instalações e promover os ajustes necessários ao atendimento das famílias. Na terça-feira (22), a Codhab se reunirá com integrantes do MRP para discutir o destino dessas pessoas, uma vez que a permanência na área de Taguatinga será provisória.
Logística
Um efetivo de 42 servidores, entre policiais, bombeiros e agentes da Subsecretaria de Ordem Pública e Social (Seops), da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, acompanhou a ação deste domingo (20). Dois caminhões da Novacap e dois da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) foram utilizados para o transporte dos pertences das pessoas que ocupavam o hotel. Os invasores foram levados em seis ônibus: dois do governo de Brasília e quatro contratados pelo proprietário do imóvel, que ainda deslocou 10 funcionários para ajudar na retirada de objetos.
O major da Polícia Militar Hércules Freitas, que comandou a operação da Seops, destacou a tranquilidade dos trabalhos, uma vez que não foi necessário o uso da força para assegurar a reintegração de posse do imóvel. \”Avaliamos a atividade como ordeira e pacífica.\”
Números divergentes
Ao longo da operação, os envolvidos divergiram sobre o número de pessoas que ocuparam do primeiro ao sétimo andar do St. Peter Hotel. De acordo com a Subsecretaria de Ordem Pública e Social, eram entre 250 e 300 invasores. Representantes do Movimento de Resistência Popular, no entanto, disseram que, neste domingo (20), havia 500 famílias no imóvel, que está fechado para reformas desde março deste ano.
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