A inflação de 1,11% em março no Distrito Federal é mais do que o dobro, se comparada aos 0,48% de fevereiro. Foi o segundo maior índice medido pelo IBGE no mês em 16 regiões metropolitanas. Ficou abaixo apenas de Porto Alegre (1,25%).
O custo de vida na capital federal destoa também da média nacional, que registrou 0,71%. Apenas nos três primeiros meses do ano, a inflação candanga soma 1,93% e, nos últimos doze meses, 5,30%. Mais uma vez, a gasolina é a vilã. Numa cidade onde o transporte coletivo é precário, a alta dos combustíveis dói muito mais no bolso da população.
A alta de preços é generalizada: sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em Brasília apresentaram altas no IPCA de março. O maior impacto positivo (0,87 ponto percentual) veio do grupo transportes (3,94%). O aumento de 13,5% nos preços da gasolina foi determinante para a alta no grupo transportes.
Outros subitens que puxaram o índice do grupo para cima foram automóvel novo (0,7%), transporte por aplicativo (17,6%), conserto de automóvel (1,88%) e emplacamento e licença (1,15%).
Maquiagem
O grupo saúde e cuidados pessoais teve alta de 0,64% em março, impactado principalmente pela alta de 1,22% nos planos de saúde. O item higiene pessoal (0,46%) foi influenciado, principalmente, pelas altas em artigos de maquiagem (3,91%), produtos para cabelo (1,42%) e produtos para higiene bucal (2,91%).
O grupo habitação (0,49%) puxou o IPCA de Brasília para cima, impulsionado pelas altas nos preços do aluguel residencial (1,4%), da taxa do condomínio (0,47%) e do gás de botijão (1,1%), apesar da queda nos preços da energia elétrica residencial (-0,43%).
Alimentos em baixa
Embora o consumidor não sinta no bolso, alimentação e bebidas ficaram 0,21% mais baratas. As maiores quedas foram nos preços dos tubérculos, raízes e legumes (-8,0%); É o caso da batata-inglesa (-23,5%), da cebola (-15,05%) do tomate (-9,7%).
Também o preço médio das carnes recuou 1,53%. Cortes como a alcatra (-3,86%), o chã de dentro (-3,66%) e o contrafilé (-1,66%) ficaram mais baratos. Já aves ovos ficaram 1,92% mais dispendiosos. Também se alimentar fora do domicílio pesou mais no bolso (0,64%).
Construção Civil
O Índice da construção civil no DF subiu 0,39% em março de 2023 – acima da variação nacional (0,20%) -, com aumento de 0,29% em relação a fevereiro. A alta dos custos acumulada nos últimos doze meses foi de 9,35%, acima da média brasileira e bem acima da inflação. Já nos três primeiros meses do ano, o acumulado ficou em 0,19%.
O custo médio do metro quadrado da construção civil no DF (sem desoneração da folha de pagamento) ficou em R$ 1.764,12. É a oitava unidade da federação com custos mais elevados. No Brasil, o custo médio foi de R$ 1.689,13.
No DF, o componente material foi de R$ 1.089 (61,7% do custo da obra) e a mão de obra com custo médio (m²) de R$ 675,12 (38,3% do custo da obra).